Desde o leilão da Anatel, que arrecadou mais de 47 bilhões de reais em dezembro de 2021 e marcou a entrada do 5G no Brasil, a ansiedade por sua implementação tomou conta não só da população, mas dos negócios também.
Desde o ano passado, a 5ª geração de tecnologia móvel vem sendo implementada mês a mês, já marcando presença em todas as capitais, e com previsão de estar em todas as cidades do país até 2028.
Para alguns dos principais setores da economia, a tecnologia poderá alavancar verdadeiras revoluções. André Medina, responsável pelo Vetor AG, programa de inovação aberta da Andrade Gutierrez, espera que os projetos estejam cada vez mais conectados, independente de estarem localizados em grandes centros urbanos ou locais mais distantes. “Com a maior conectividade e rastreabilidade que o 5G oferece sobre equipamentos, materiais e pessoas, dados e estatísticas poderão ser manuseados em tempo real, gerando redução de custos, aumento de produtividade e tomada de decisões mais assertivas.”
No entanto, essa conectividade mais aprimorada não beneficia somente o setor da engenharia. Os segmentos varejistas que lidam com logística e tecnologia também têm muito a ganhar.
“Com uma boa internet na palma das mãos, vendedores e gestores poderão vender a qualquer momento, por meio de celulares e sem a necessidade do cliente ir até um caixa e pegar filas para finalizar suas compras”, completa.
Já Andrei Dias, head de vendas da Nexaas, retail tech especialista em inovação para o varejo, acha que o 5G deve atender a demanda dos consumidores que seguem em busca de uma jornada de compra ágil e eficiente. “A quinta geração vai possibilitar informações relevantes em tempo real, tanto para o consumidor quanto para o lojista, diminuindo a possibilidade de desistências e oferecendo alternativas atraentes, caso o comprador não ache o item que deseja”, aponta o executivo.
Outra área que deve ser impactada é a de mobilidade. Para o segmento, a tecnologia deve tornar o mercado de transportes por aplicativos mais inteligente. Os números do Ministério das Comunicações mostram que, enquanto o 4G consegue conectar até dez mil dispositivos por quilômetro quadrado simultaneamente, o 5G suporta até um milhão.
”Quanto melhor e mais estável a conexão, maior será o alcance do transporte por aplicativo e a qualidade dos serviços”, comenta Bruno Muniz, sócio-executivo da Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística.