Nesta terça-feira (17), a Cidade do Rock recebeu o público do Rock in Rio Academy, uma imersão na marca Rock in Rio com foco em negócios e networking. O evento é realizado pela Rock World em parceria com a HSM e a Provoke, e nasceu de um desejo de educar a partir do entretenimento.
Assim, os participantes escutam palestras de vários nomes de destaque da Rock World, como Luís Justo, CEO; Roberta Medina; Ana Deccache, Head de Marketing; Zé Ricardo, curador artístico, entre outros. Em seguida, passeiam pela Cidade do Rock com tours livres e guiados, uma experiência única de estar no espaço do festival em um dia sem shows. Por fim, a cereja do bolo do Academy são os horários de refeição e happy hour, abertos a networking.
O Promoview é media partner do Rock in Rio Academy 2024 e esteve presente com uma ampla cobertura. No Instagram do portal, há os principais pontos das falas dos palestrantes, vídeos do evento, entrevistas especiais e muito mais!
Confira os principais insights de negócios do RIR Academy 2024:
1 – Tenha uma proposta de valor maior que o produto
Este insight da última palestra do dia, com o CEO da Rock World, Luís Justo, dialoga com diferentes tipos de negócio. O que torna a sua empresa diferente? O executivo conta que serviços como o Rock in Rio Club ou o Rock in Rio Card, por exemplo, demonstram que há pessoas que compram ingressos sem saber os headliners. Assim, não são fãs de artistas específicos, mas do próprio festival como experiência.
“A proposta de valor do Rock in Rio é proporcionar experiências inesquecíveis através da música e do entretenimento. Nós nem usamos a palavra festival, pode ser que daqui há alguns anos a gente esteja na realidade virtual ou em Marte [risos]. O produto pode mudar totalmente, mas a proposta vai continuar sendo experiência”
Luís Justo, CEO da Rock World
Para a proposta de valor se manter forte, é necessário priorizá-la dentro da estratégia da marca, mesmo que isso represente um risco. O CEO compartilha, por exemplo, a história dos shows de drones no Rock in Rio 2017. Os estudos climáticos apontavam que existia a possibilidade de não conseguir realizar o show em mais de um dia de festival, ou, com azar, em nenhum. Assim, não havia garantias para o investimento milionário da empresa na tecnologia.
Mas, de acordo com Luís Justo, o show de drones era essencial para a proposta de proporcionar experiências inesquecíveis para as pessoas. Então eles decidiram arriscar e a atração se tornou um dos momentos mais emblemáticos da história do festival.
Por fim, ele conta que o musical “Sonhos, Lama e Rock and Roll”, que acontece em todos os dias de Rock in Rio 2024, também partiu desta proposta. “Era necessário ter um musical estilo Boradway no nosso festival? Não. Iria vender mais ingressos? Não. Mas é uma experiência nova e inesquecível para as pessoas que participarem”, diz.
2 – Receba os seus fãs (ou clientes) como visitantes em sua casa
Nenhuma experiência é igual no Rock in Rio. Muito além de ter uma pulseira VIP ou não, existem diferentes recepções na Cidade do Rock. Clientes Itaú tem acesso ao rooftop da marca este ano, por exemplo, assim como clientes do Clube iFood possuem fast pass nas ativações do delivery. Com o festival em si não é diferente, há uma preocupação e um cuidado com os participantes do Rock in Rio Club, uma comunidade que se prepara anos antes para ter prioridade nas vendas de ingresso.
Anteriormente, havia um pequeno guichê do Club na Cidade do Rock. Todavia, no The Town 2023, festival de São Paulo da Rock World, esse espaço evoluiu para um lounge de descanso com experiências. E então, na edição especial dos 40 anos de Rock in Rio, o lounge retorna com espaços de massagem, de tatuagem, culinária de chefs renomados e mais! Há, ainda, um fast pass para o cliente clube entrar na Cidade Rock.
Apesar de o espaço ser importante, não é tudo. Celso Barbosa, gerente de comunidades da Rock World, conta como a escuta dessa comunidade é importante. O processo começa com a identificação de quem é clube por credenciais diferenciadas, que contam também com um QR Code pelo qual promoters podem acessar informações sobre aquela pessoa.
Assim, além dos benefícios, o Rock in Rio faz de fato uma interação com essas pessoas, conversa, coleta depoimentos para compartilhar as histórias dos fãs da marca e, ainda oferece upgrades que tornam aquela experiência inesquecível. “O Club é sobre ouvir histórias e ouvir a comunidade. Nós recebemos os fãs da marca que estão com a gente sempre como quem recebe visita em casa. É uma forma de realizar sonhos”, diz o gerente de comunidades.
3 – Busque parceiros que co-criem histórias
Cada empresa possui o seu público e a sua forma de dialogar com ele. Mas, para atingir novos públicos de forma efetiva, é importante contar com colaborações que de fato façam sentido para a proposta de valor da marca. O Rock in Rio, por exemplo, tem parceria com o TikTok, e este ano está lançando uma série documental junto a Coca-Cola. Essas são histórias que vão reverberar não só com as pessoas que vão no festival, mas com milhares de usuários da rede social.
Outro exemplo bacana é a parceria entre Rock in Rio e Gerdau. Como uma marca de aço pode conversar com um público mais jovem de forma efetiva e lúdica? Pedro Torres, Diretor de Comunicação da Gerdau, esteve no Rock in Rio Academy para compartilhar esse case de sucesso. De acordo com o executivo, 82% dos clientes que a empresa levou ao Rock in Rio na última edição, atualmente possuem um ticket médio maior.
“O aço está em tudo, mas as pessoas não enxergam o aço. Com o Rock in Rio, as pessoas enxergam o aço. Quando a gente coloca o aço no Palco Mundo e, com isso, conta histórias, nós conseguimos encantar os nossos clientes com a experiência que o festival proporciona”
Pedro Torres, Diretor de Comunicação da Gerdau
Além de criar o Palco Mundo com aço 100% reciclável, de forma inédita, a Gerdau ainda lançou uma coleção de óculos em parceria com a Chilli Beans. Os óculos da linha exclusiva do Rock in Rio trazem detalhes do Palco Mundo em aço. “O nosso objetivo não é lucrar com a venda dos óculos, por isso estamos revertendo 20% do valor para a Gerando Falcões. Mas sim conversar com um público que talvez a Gerdau não conversaria, e falar sobre economia circular e reciclagem com uma experiência lúdica”, conclui o palestrante.
4 – O mais importante para inovar é começar
Nem toda inovação será algo revolucionário ou uma ideia 100% nova. Incorporar uma nova tecnologia em uma ação da empresa ou testar um formato novo na comunicação da marca são formas de começar a inovar. Este é o insight de Ana Deccache, head de marketing da Rock World e uma das palestrantes do Rock in Rio Academy.
Depois de começar, é preciso continuar inovando. Rodolfo Medina fala sobre a máxima do Rock in Rio de que “o próximo será sempre melhor”, independentemente da edição atual ser comemorativa de 40 anos. Há um anseio pelo novo e por melhorar o que não funcionou. Neste sentido, ele diz que o próximo dia de Rock in Rio, em uma mesma edição, é sempre melhor que o anterior.
“De um final de semana de festival a outro nós fazemos vários ajustes. Estamos constantemente melhorando a experiência do Rock in Rio”, diz Rodolfo Medina, VP de parcerias da Rock World.
5 – A necessidade fomenta a criatividade, mas é necessário ser criativo em todos os momentos
Ao contar sobre a história da marca, Roberta Medina, filha de Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, traz vários momentos chave para que o festival fosse possível. Uma conversa que deu certo, uma solução completamente nova (como abastecer cerveja com carro pipa), entre outros.
Todavia, 40 anos depois, a marca está em um outro momento, com os pilares de “sonhar” e de “fazer acontecer”. Não dá mais para esperar a necessidade para criar, pelo contrário. Assim como a constante inovação, a criatividade é inerente à estratégia do Rock in Rio. E uma das ferramentas para fomentar isso é permitir que todos os colaboradores tragam ideias às lideranças, mesmo que não seja da sua área.
Um grande exemplo disso é o produto “Lama de 85”, vendido pelo Rock in Rio nas celebrações de 30 anos. A ideia partiu de Celso Barbosa, atual gestor de comunidades, que não trabalhava na área de produto. Em sua palestra, Celso brinca que pensou que ninguém compraria a ideia. Não apenas a ideia foi comprada, como também os quadrinhos de lama, o que mostra que não há ideia certa ou errada. “O errado é não ter ideias”, conclui Celso.