Começou a Copa do Mundo de futebol mais polêmica até hoje. A família real afrontou questões que envolvem direitos humanos e trabalhistas e foi além desrespeitando acordos comerciais.
O fato é que esta edição reúne as cifras mais altas da historia do futebol mundial. Mas as apostas das marcas seguem com resultado em suspenso especialmente nos dias que precederam a abertura do evento com a proibição de grande parte da venda da cerveja Budweiser, uma das maiores investidoras, rompendo um acordo comercial da marca com a Fifa.
A pergunta que fica é até onde os anfitriões farão prevalecer suas vontades em detrimento das regras de compliance do mundo corporativo?
Levantamento da Forbes sobre os valores envolvidos na Copa de 2022 estimam que o Catar investiu, nos últimos dez anos cerca de US$ 220 bilhões. O cálculo é feito a partir da divulgação do governo do país, em 2017, que seriam necessários US$ 500 milhões por semana. Para se ter uma comparação, US$ 14,2 bilhões foi o que a Rússia gastou para a realização da Copa de 2018, de acordo com o Moscow Times.
Somente em estádios o investimento ficou entre US$ 6,5 bilhões e US$ 10 bilhões. Após o evento, segundo a Forbes, partes dos sete estádios serão desconstruídas e doadas a outros países e os prédios serão reaproveitados em espaços comunitários, escolas, lojas, cafés, instalações esportivas e clínicas de saúde. O Estádio 974, que foi construído com contêineres reciclados, será totalmente desmontado e removido.
Confira alguns dos valores divulgados e, outros, estimados:
US$ 75 milhões: a Budweiser paga associar sua marca à Copa do Mundo a cada quatro anos. Embora este valor seja uma gota no oceano do faturamento global da marca o fato acabou por causar tensões entre a empresa e a Fifa em assuntos que abrangem desde o acordo relacionado aos pontos de venda no Catar até a negociação de como conseguir suprimentos para o país.
US$-60 milhões: Valor do patrocínio da Nike somente à seleção da França. A empresa patrocina outras 13 seleções, com valores menores. Sete times usarão uniformes da Adidas e seis da Puma. New Balance, Hummel, Kappa, Majid, Marathon e One All Sports patrocinam uma seleção cada.
US$ 128 milhões: é recebido pelo jogador mais bem pago participante da Copa, o francês Kylian Mbappé, sendo US$ 18 milhões por seu contrato com o Paris Saint-Germain e outros US$ 110 milhões fora de campo, segundo estimativas da Forbes. Ele vai ganhar ainda um valor adicional com base nos resultados da França no torneio.
US$ 42 milhões: é o prêmio que será pago à seleção que vencer o campeonato. Cada confederação decidirá a parte que os jogadores receberão.
US$ 209 milhões: quantia que os clubes de futebol de todo o mundo recebem de um fundo reservado pela FIFA para recompensá-los pelo desenvolvimento de jogadores que disputarão a Copa por suas seleções. O valor é de aproximadamente US$ 10 mil por dia, por jogador. Segundo a Forbes, o valor do fundo triplicou desde a Copa de 2014, realizada no Brasil.
US$ 277 milhões: valor pago pelo Catar a David Beckham como embaixador na Copa deste ano. O montante será pago em suaves parcelas ao longo de 10 anos.
US$ 440 milhões: Premiação total que será distribuída às seleções participantes da Copa do Mundo de 2022, valor 10% maior que o da Copa de 2018, na Rússia.
US$ 1,7 bilhão: custos arcados pela FIFA, sendo a maior parte nas premiações, outros US$ 322 milhões com despesas operacionais como hospitalidade e logística e US$ 247 milhões em infraestrutura para transmissões para TV.
US$ 4,7 bilhões: receita estimada da FIFA com o evento. Direitos de transmissão correspondem a US$ 2,6 bilhões, US$ 1,35 bilhão com direitos de marketing e US$ 500 milhões com venda de ingressos e estadias.