Marina Pechlivanis*
“As modernas ideologias estão diretamente impressas em sua superfície visual (em seu panorama circunscrito). (…) As imagens falantes – embora aparentemente mudas – se difundem a partir de toda mercadoria visual, superando as resistências de gerações, étnicas, de gêneros, linguísticas, classistas. As novas e mutantes ideologias recusam-se a submeter o todo à parte, e a justificar esse mecanismo, para achatar-se dentro dos fragmentos da nova cultura visual.” (Canevacci, Massimo. Antropologia da Comunicação Visual). Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 244-245.
Em aula magna no Memorial da América Latina em 17 de agosto de 2009, ministrada por Jesús Martín-Barbero (Universidade Javeriana de Bogotá; doutor em filosofia com pós-doutorado em Antropologia e Semiótica), foi proferida a máxima “Comunicação não são apenas novos modelos de mídia, mas novos modelos de sociedade”, que por certo traz muitas reflexões à contemporaneidade informacional em que convivemos.
Muitas certezas foram desfeitas e muitas pesquisas estão por vir para tentar compreender estes novos e nebulosos paradigmas, que são rompidos a cada segundo com a invenção de mais algum widget tecnológico. O que estava escrito, qual palimpsesto, cede espaço para dígitos que rearmazenam as cotidianidades de forma nova – além papiro, além prelo. O impresso de hoje é a i-mpress@o imagética que se tem de ter acesso a tudo e a todos, de saber o que se passa em todos os microcosmos deste mundo (e do espaço também, vide http://www.nasa.gov/), permitindo uma permeabilidade informacional como nunca antes se viu.
É de fato uma nova sociedade conceitual que se delineia, para além das fronteiras de um novo paradigma ferramental. E quanto mais tudo se diferencia – Oh! Tendências glocalizadas! – mas tudo fica igual nestes meios em permanente transformação.
Vale para o http://www.lemonde.fr/, vale para o http://www.guardian.co.uk/ ou para o http://www.nytimes.com/, e também para http://www.folha.uol.com.br/, todos com avançadas plataformas tecnológicas usando recursos da mais alta tecnologia para vídeos e links, e trazendo, entre outros serviços, de sodoku a dicas de trânsito com tradução automática para diversos idiomas e serviço mobile; belas campanhas publicitárias com o que há de mais potente em tecnologia; links para programação cultural, dicas de moda e beleza, venda online de ingressos; e mais: opiniões, blogs, podcasts, you tubes, twitters e, por que não?, notícias…
E o mais curioso é que estes impressos agora se tornaram muito similares dos que sempre foram imagem, prometendo trazer tudo sobre notícias, e um pouco mais (entretenimento, negócios, moda, dicas de restaurantes, sintonia de rádios e canais de TV…) praticamente com o mesmo formato editorial.
Como http://www.globo.com/ e também http://edition.cnn.com/, e http://abcnews.go.com/, ou http://www.bbc.co.uk/ e mais http://www.nhk.or.jp/, entre tantas outras.
Cabe lembrar que com as rádios também funciona da mesma forma; é só pesquisar mundo afora. Mas o destaque é para o fato de que hoje a notícia não é do alheio; é sua também. Nesta era do ver e ser visto, existe quem está nas buscas do http://www.google.com, no http://www.linkedin.com/, no http://www.myspace.com/, no http://twitter.com/… e no que mais estiver sendo inventado neste instante e que será a próxima moda. Em suma, tem aquela corrente de pensamento, e tem essa, a sua, a nossa, a deles, tudo ao mesmo tempo agora, também.
E todas são excelentes canais de circulação de ideias, de mobilização cultural, de influência e de cobertura.
Novos targets, novos caminhos.
Salve salve os pensadores comunicacionais desta era i-mpress@.
Em que impera a pressa.
De uma hiperprensa.
Que impressiona e pressiona como nunca dantes se viu.
Achou que fazer promoção e propaganda no mundo web era moleza?
Bonne chance!
