Uma geladeira fixada em uma calçada em Palmas promete fazer a diferença e levar alimento para quem precisa.
A ação de marketing sustentável que já é desenvolvida em alguns lugares do Brasil começou a ser praticada na Capital no dia 11 de novembro e funciona da seguinte forma: de um lado, voluntários enchem a geladeira com comida. Do outro, pessoas que precisam, podem, a qualquer hora abrir o eletrodoméstico e pegar o alimento para saciar a fome.
Foto: Gleydson Ricardo.
A 'geladeira solidária' foi fixada na calçada, em frente a um comércio na quadra 104 Sul, atrás da avenida Juscelino Kubitschek (JK) em Palmas. É o comércio que fornece a energia necessária para a conservação dos alimentos.
O projeto começou a ser desenvolvido pelo empresário Gleydson Ricardo. "Eu fiquei sabendo do projeto em Goiás e em outros países e resolvi mobilizar algumas pessoas e trazê-lo para Palmas. Agora, por intermédio de nós, amigos de outros Estados estão desenvolvendo também."
Gleydson entrou em contato com amigos pelas redes sociais e pediu apoio. Um empresário deu a geladeira mas ela estava com defeitos, o outro se ofereceu para consertá-la, outra pessoa disponibilizou carro para buscar o eletrodoméstico e fixá-lo na calçada e assim uma rede de solidariedade foi se formando para que o projeto se tornasse possível.
Para garantir que ninguém pegue ou danifique a geladeira, outro empresário da Capital se ofereceu para montar um circuito de câmeras no local e fazer o monitoramento. Com tudo pronto, agora os voluntários tentam mobilizar a população para encher a geladeira. "Algumas pessoas já ficaram sabendo e disseram que vão contribuir. Também precisamos contar com a colaboração da população para que ninguém danifique a geladeira mas que a mantenha sempre cheia."
Mas não é tudo que entra na geladeira. São proibidos alimentos vencidos, bebidas alcoólicas, carne crua, peixe ou ovos e produtos abertos. Mas podem entrar à vontade, alimentos embalados com data de fabricação.
A Dor da Fome
O empresário conta que resolveu mobilizar as pessoas para a implatação do projeto em Palmas porque sabe o que é passar fome. "Em 2006, passei dificuldades, fiquei desempregado, passei aperto. Não tinha dinheiro para pagar o transporte e nem o almoço. Sei o que é passar três dias sem comer. Depois disso, comecei a ajudar as pessoas."
Na geladeira solidária, não é preciso pedir pelo alimento, o que pode evitar o constrangimento de algumas pessoas que diariamente precisam pedir por comida. "Muita gente vem a Palmas para acompanhar um parente no hospital e fica dias sem comer. A geladeira vai ajudar essas pessoas.", conclui Gleydson.