Quando uma marca do porte da Coca-Cola (veja aqui) muda parte da sua identidade visual em prol de um evento, significa que essa rendição já não é mais opcional.
Tão avassaladora é a influência exercida pelo Festival de Parintins no campo da moda e comportamento, capaz de romper os limites regionais, que se tornou uma estratégia de marketing obrigatória para grandes e pequenas empresas incorporar o vermelho e o azul em suas campanhas. Parintins, hoje, não é apenas mais um festival, virou uma marca.
Hoje, não são poucos os que seguem a ideia da maior companhia de refrigerantes do mundo. Em 2012, a Skol também deu um jeito de mudar a cor de suas latinhas para entrar no ritmo da festa na ilha tupinambarana. A C&A está com nova coleção voltada para Parintins desde o início da semana, com camisas estampando os símbolos de cada boi.
Já a Johnson’s lançou o sabonete líquido nas fragrâncias Imagine (Garantido) e Reviva (Caprichoso), bem como boizinhos de pelúcia para os clientes que fizerem compras acima de R$ 40,00 em produtos da empresa. Aos poucos, o Brasil foi entendendo a força do Festival.
Regionalismo Ameno
Por aqui o movimento, sem dúvidas, é forte. A designer de joias Rita Prossi se empenhou em produzir peças com detalhes em vermelho e branco, mas fugindo dos símbolos comuns para possibilitar aos consumidores a oportunidade de usá-las durante qualquer época do ano.
“Usei fibra de arumã, da aldeia indígena Waimiri Atroari, e também vidro reciclado, onde desenhei penas de arara na cores dos bois. É uma coleção amena, pois não há símbolos. São apenas cores”, conta Rita.
Na linha mais fashion, está Nil Lima, estilista local que produziu roupas e adereços para a coleção intitulada “Parintins 2013”, mesmo não sendo grande fã da ditadura do regionalismo. Ele assume ser sua intenção trazer glamour na composição visual de quem vai pra festa.
“Não faço um trabalho com cara de regional. Quero educar a clientela a usar peças diferentes e sofisticadas. Que você vá pro Boi, mas que vá fashion”, comenta.
Segundo o titular da Secretaria de Estado da Cultura, Robério Braga, a “marca Parintins” é um processo natural. “É fruto de grandes investimentos. O que precisa acontecer agora é o aproveitamento cada vez mais positivo da consolidação dessa marca”, diz. Certamente não faltarão opções.
Fonte: Loyana Carmelo/acrítica.com