Experiência de Marca

Diga NÃO!

Não é palavra feia que a gente não deve dizer. Dizem pra gente, mas a gente não pode. Quando criança, alguns de meus “nãos” eram calados com tapas na boca. Desenvolvi um medo danado de dizê-lo como, creio, a maioria das pessoas.

Quando você estuda em cursos de Comunicação, especialmente em Publicidade e Propaganda, na aula de Texto Publicitário, você aprende que “NÃO se começa texto publicitário com palavra negativa.” Que isso é um erro grave.

Daí, vem o Olivetto e manda um “Não dá pra não ler”, um marco, um case de Comunicação, e… você fica doido pra dizer um não.

Não é palavra feia que a gente não deve dizer. Dizem pra gente, mas a gente não pode. Quando criança, alguns de meus “nãos” eram calados com tapas na boca. Desenvolvi um medo danado de dizê-lo como, creio, a maioria das pessoas.

diga nao

O sim é fácil, bem vindo, não incomoda a ninguém. E mesmo que mentiroso não provoca retaliação.

Na vida, e no nosso mercado, é importante saber dizer não. Chega a ser um diferencial. Isso porque todo mundo parece ter o sim na ponta da língua para não complicar as coisas.

A criação diz sim para ideias idiotas dos clientes, vindas do atendimento que disse sim para tudo que o cliente disse para ele e sequer sabe explicar o que significam as ideias que trouxe.

A produção diz sim quando o cliente manda tirar a UTI Móvel, o gerador, o técnico de eletricidade, a viga cara que sustenta o teto. Às vezes, diz sim quando ele manda orçar a lona baratinha que vai rasgar com o vento, ou a estrutura de box truss do amigo do amigo do amigo do cara que trabalhou na empresa, aquela que cai com o mesmo vento que rasgou a lona.

De sim em sim a gente  ganha concorrências, amigos no cliente, simpatia da galerinha legal das agências, do pessoal uh uh, que some do lugar combinado quando você procura no evento ou desliga o rádio porque tá incomodando. Tem problema não, são amigos do sim.

A gente tem que ser legal. O NÃO atrapalha

Pois eu acho que a gente precisa dizer NÃO. Não temos que ser amigos quando a questão é profissional. Tem pessoas que amo de paixão para um papo, um chope, um dia inteiro de alegria na praia, mas com as quais, mesmo sendo profissionais de mercado, não tenho como trabalhar.

Digo não a elas profissionalmente, para poder dizer sim na vida. Não confundo coisas.

E digo não a amigos que se dizem meus amigos, mas não entendem os meus nãos por acharem que eu tenho que mentir pra eles nos sim ansiados. Não consigo. Para os amigos, digo nãos que doem na hora para não vê-los sucumbir nos sins de lama. Não minto para amigos Não.

Aprendi a dizer não. Ver a morte sem chorar. E a morte, o destino, tudo. A morte e o destino, tudo. Estava fora do lugar. Eu vivo pra consertar.

Não quero ser boi de uma boiada que vai pro brejo se não me acharem touro diferenciado (eita comparação perigosa!). Quero ser profissional e humano nos meus sins e nãos.

Quero que o meu mercado seja de profissionais que sabem o que dizem, que têm responsabilidade com o que fazem, que dizem sim quando o sim for sim, e dizem não, quando o não for não. Sem medo de perdas, sem medo de não agradar na resposta, porque agradam no que fazem. São bons produtores, planners, criativos e empresários. Gente respeitada porque seu sim e seu não fazem a diferença.

E não pensem que o não vai machucar quem o ouve. Nem que o sim vai ser o diferencial na hora do próximo job. Inclusive, ele pode dizer para alguém: Ele é legal, mas diz sim para tudo para puxar meu saco. Dessa vez preciso de alguém mais profissional (eu já ouvi isso).

Enfim, pelo sim, pelo não, se, na sua vida, o sim já te fez perder alguma coisa, diga sim para o que eu coloco nesse texto e diga NÃO para o que o não for merecedor.

Confuso? Sim?

Não, né!