
A Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV) apontou dois problemas recorrentes no cenário das viagens e eventos corporativos: a falta de mão de obra qualificada e os prazos de pagamento longos. Durante o mês de abril, a associação fez reuniões com representantes de diferentes setores do mercado e esses foram os pontos mais recorrentes durante as discussões.
Os participantes relataram que a falta de profissionais capacitados compromete a qualidade dos serviços prestados e atrasa a inovação. A pandemia de Covid-19 agravou essa situação, levando muitos profissionais a migrar para outros setores em busca de melhores condições de trabalho e remuneração.
Ademais, a escassez de cursos de qualificação específicos para o setor limita a formação de novos talentos e cria uma defasagem entre a demanda e a oferta de profissionais capacitados. Já os prazos longos para pagamento afetam o fluxo de caixa, especialmente das pequenas e médias empresas, o que dificulta investimentos em capacitação, tecnologia e melhoria dos serviços.
Recentemente, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo anunciou cursos profissionalizantes gratuitos focados no setor de eventos, justamente após chegar no mesmo diagnóstico sobre essa fatia do mercado.
Outros diagnósticos
Além desses pontos centrais sobre eventos e viagens corporativas, os encontros da ALAGEV revelaram outras dificuldades importantes enfrentadas pelas empresas e profissionais do setor. Foram mencionados, por exemplo, a dificuldade de implementação de sistemas, a resistência à adoção de novos modelos de negócios, a gestão inadequada de indicadores de desempenho, a queda na qualidade do atendimento, e a ausência de dados estratégicos para tomada de decisão, além de entraves regulatórios e operacionais em segmentos específicos e a falta de compreensão sobre as tarifas dinâmicas.

Para a coordenadora de Comunidades da associação, Luciana Salustri, as reuniões setoriais cumprem um papel essencial no calendário da ALAGEV para o desenvolvimento de soluções práticas para cada setor. “Enfrentar os desafios exige um olhar estratégico e muita escuta ativa baseada na experiência dos profissionais que estão na linha de frente. Os apontamentos coletados durante essa etapa serão fundamentais para orientar os próximos movimentos da expedição ‘Altitude 2025’ e ajudar a traçar caminhos mais consistentes para o nosso setor”, afirma.