Experiência de Marca

De novo, falta experiência

Essa gente qualificada deveria vir das universidades, formadas e preparadas para cuidar, criar e executar todo o escopo de disciplinas e atividades do <em>live marketing</em>. Mas como isso é possível sem o interesse dos próprios alunos?.

Nesta semana encontrei e falei com dois grandes ícones do mercado carioca de live marketing e me dei conta de algo sabido e lamentável.

A gente, é claro, deseja e espera a renovação, o emergir de novos valores profissionais. Afinal, uma empresa precisa de gente nova, sangue novo a lhe conferir modernidade e uma competência afinada aos dias atuais.

Mas, é óbvio que, quando falamos de competência, estamos falamos de gente qualificada, não de juniores festivos, rostos bonitos, meninada que faz número e ocupa cadeiras pra tomar chá como um acadêmico decadente.

Essa gente qualificada deveria vir das universidades, formadas e preparadas para cuidar, criar e executar todo o escopo de disciplinas e atividades do live marketing. Mas como isso é possível sem o interesse dos próprios alunos? Estamos na geração “me dá o diploma que o resto é comigo”.

E mesmo nos cursos existentes há muito tempo (Comunicação, Letras, Medicina, Administração, só pra citar alguns.), com histórico formacional de sucesso e conquista de espaços no mercado, alunos que leem os livros disponíveis na bibliografia e querem, de fato, aprender para ingressar no seu mercado, qualificados a lá estar, são difíceis de se encontrar. Então, o que se esperar do nosso?

Não há uma única universidade, hoje, capaz de garantir que forma profissionais para o live marketing, mesmo porque, a nova nomenclatura abrange muito mais expertises hoje, e os cursos louváveis de marketing promocional existentes (há em São Paulo e no Rio) não têm o carinho, por parte das Universidades, que merecem. Bastaria mesmo que os alunos participassem das palestras que a Ampro promove em várias universidades, tanto na Sampro, há oito anos, quanto a convite delas, para que parte do trabalho fosse bem feito.

Mas parece que a maioria prefere continuar na formação equivocada do currículo de Comunicação existente e os alunos, cá entre nós, em sua grande maioria, preferem os encontros de chopp nos bares próximos a se transformarem em excelentes profissionais, tão ansiados pelo mercado em geral, em especial, o de promo.

Outra forma seria muito mais fácil de realizar. Bastava as agências e clientes terem em seus quadros profissionais com experiência e vivência de mercado e estes passariam aos “novatos”, ainda que mal formados, muito de seu trabalho, erros e acertos, coisas vividas e resolvidas etc, e estes, juntariam a elas suas ideias e novas perspectivas. Ô mundo perfeito!

Mas não. E o que temos? Cada vez mais gente presunçosa, tanto no cliente e, muito mais, nas Agências, cantando de galo e, dependendo do ovo, mesmo sendo atributo da galinha, cacarejando e afirmando tê-los colocados, quando o ovo é sucesso, e refutando o louro quando o ovo quebra ou vem com defeito. Aí, a culpa é das galinhas mesmo.

Isso porque eles não entendem nada do que estão falando (ou fazendo) e trabalham no lance da resposta pronta, tipo “claro que sei fazer”, “claro que sei o que é”, na base do erro (a culpa é de alguém…) e acerto (deu certo, fui eu..).

E quem tem pago há muito tempo por essas atitudes são as marcas, os fornecedores e os profissionais sérios (as galinhas) quando têm que trabalhar com esse pessoal.

Não sabem nada. Não tem história e, simplesmente, a desconhecem. Fazem promo, trabalham em promo, e não sabem que é De Simone, Elza Tsumori, Ari Hartman, falam de produção, no Rio, por exemplo, e não sabem quem foi Péricles de Barros, de cenografia e tem o desplante de perguntar quem é Abel Gomes, de criação e não conhecem o Dil Mota, em São Paulo, ou a Débora Tenca, no Rio, isso para ilustrar.

No entanto, no Brasil todo é a mesma coisa, na Bahia da Djanira, no Pernambuco do grande Viriato, no Rio Grande do Sul do Godoy, no Paraná do Julinho, na minha Minas da Alexa, e por aí vai. Faça-me o favor. Vão estudar, ler, conhecer e/ou ter humildade de perguntar sem empáfia.

Aí, você encontra um monte de gente boa “dando um tempo” no mercado ou seguindo caminhos outros. Bom, graças a Deus, porque querem. Estão cansados dessa gente.

Mas, caramba, eles deviam estar nas universidades dando aulas, palestras, cursos, ou nas agências, dirigindo ou gerenciando, alguns até são chamados com consultores de luxo (esse nome que não fui eu quem dei.), desde que não encham o saco com papo de segurança, eficiência, garantia, qualidade etc. Quanto desperdício!

Cada vez mais estamos entregando ao bandido nossa tarefa, nosso trabalho, porque se qualquer um faz o que fazemos, se qualquer garotão (ou garotona) recém-formado pode falar sobre (e fazer) promo em nome da gente, sem nenhuma qualificação, então uma agência de viagens pode fazer ativação de marca, ou evento, “bypassando” agência promo, agência de publicidade fazer evento de incentivo e endomarketing, Espaços e Buffets podem fazer o show e promoção, e qualquer idiota uma festa de relacionamento em boate.

Já tem quem pague caro por isso, infelizmente. Mas o papo hoje é: temos que preparar nossa gente. Estudantes, sérios, corram atrás! A Ampro tá aí pra ajudar, inclusive trazendo-os para entidade. Acessem o portal. Em breve nós mesmo vamos dar boas notícias e caminhos. Aguardem!

Minha homenagem e respeito, aqui, aos grandes profissionais do Brasil afora que unem, talento, experiência, currículo (não estou falando de idade não, que saco!), que sabem muito bem o que e como fazer.

Alguns, inclusive, onde a juventude é sinal de competência, como o Rafael Liporace, as Alines da Marcativa, o Felipe de Marco, a Mariana Pessoa, o Guilherme Yshikawa, a Karine Dantas, a Fernanda Gusmão, o João Riva… xiii vou parar por aqui porque tem é gente.

São jovens sim, mas tão conscientes do seu papel profissional que não só conhecem, fazem as coisas como têm que ser feitas, como se espelham, sem nenhuma vergonha ou prepotência, em gente com quem aprenderam e as reconhece e, hoje, com a mesma humildade dos grandes, ensinam outras pessoas.

Eu mesmo aprendo muito com eles, porque esses sabem ler nas entrelinhas e todos os textos que falam sobre live marketing, como esse.