O bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador, recebe a sétima edição do concurso estadual de quadrilhas da Bahia. De 11 a 14/06, 30 agremiações irão animar o público em uma estrutura a ser montada na praça da Revolução.
Segundo Carlos Brito, presidente da Federação Baiana de Quadrilhas, geralmente os grupos começam a ensaiar os passos em janeiro, quando iniciam também a arrecadação da quantia para financiar a empreitada, que pode chegar aos R$ 60 mil por entidade.
Muitas quadrilhas são do Interior, e além das roupas e dos custos com locais para ensaiar, gastam ainda com transporte e alimentação dos dançarinos. “No nosso caso, fazemos rifa, carurú, pedimos patrocínio no comércio, até na prefeitura, quando podemos”, explica Aedson da Silva, coordenador da quadrilha “Arrasta-Pé do Sertão”, da cidade de Rio Real, há cerca de 200 km de Salvador.
Foto: João Ramos/Bahiatursa.
“As quadrilhas têm uma grande importância nas suas comunidades, com atividades sócio-culturais durante todo o ano, que auxiliam na formação das pessoas. Mesmo sem estar em programas de editais ou pontos de cultura, a quadrilha contribui com o estado preparando jovens para atividades profissionais nas áreas de dança, teatro e música, evitando que esses caiam na marginalidade e nas drogas. Essa é a contribuição”, opina Carlos Brito.
“É muito difícil você ver um quadrilheiro envolvido com coisas erradas. Aqui temos integrantes dos 15 aos 38 anos de idade. Aprendemos a dar e receber respeito, sobre organização, trabalhar em grupo”, acrescenta Aedson, que traz a Salvador 60 pessoas. No repertório, eles afinam a coreografia que irá fazer um apanhado histórico das quadrilhas, dos plebeus da europa dos séculos XIII e XIV, passando pela chegada no Brasil com a coroa portuguesa, século XIX, e nos dias atuais, “com todo luxo de hoje”, como brinca o cordenador da “Arrasta-Pé do Sertão”.
As eliminatórias, de 11 a 13/06, acontecem sempre às 19h. Já a final acontece às 17h do sábado do dia 14/06.