Basta conferir os números para justificar esse tipo de investimento. Os gastos per capita diários realizados pelos turistas do segmento de negócios e eventos é quase o dobro em relação ao turismo de lazer.
Em 2010, por exemplo, os gastos per capita diários foram de R$ 263,39 do turismo de negócios contra R$ 141,12 do turismo de lazer, segundo dados da Secretaria de Turismo do Ceará (Setur/CE).
A presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos), Circe Jane Teles da Ponte, é uma entusiasta pelo desenvolvimento do turismo de eventos no Estado. Ela destaca que um evento, hoje, representa um mix de atividades e serviços, com diversos fatores que promovem a prática da atividade turística e podem alavancar economicamente um destino.
Conforme Circe Jane, um dos setores locais que têm investido em eventos é a hoteleiro, com a construção e operação de diversos espaços. Em Fortaleza, o setor enfrentava ociosidade de leitos em períodos de baixa temporada. O turismo de eventos veio ao encontro da necessidade de aumentar, significativamente, a taxa de ocupação.
Mas, a presidente do Sindieventos ressalta: “Durante o período de realização de eventos, não só a rede hoteleira se beneficia, mas todo o comércio local”. Assim, a cidade pode encontrar na promoção de eventos uma oportunidade única de aquecer sua economia e se desenvolver, devendo-se levar em conta a necessidade de envolvimento dos empresários, população e poder público e um planejamento baseado em levantamentos e diagnósticos periódicos.
Circe Jane diz que a cadeia de turismo de eventos, em especial as empresas organizadores, passam por um constante e intenso processo de profissionalização, o que tem contribuído para o crescimento do segmento no Ceará. Concomitantemente, destaca, o governo do Estado atentou para a importância de investir nessa área.
A especialista acredita que o Centro de Eventos do Ceará (CEC), ora em construção, virá suprir a necessidade de investimentos no turismo de eventos, permitindo a captação de cerca de 30% a mais de eventos para a Capital, sobretudo de grande porte, os chamados megaeventos. Até porque, será o segundo maior centro de eventos da América Latina, com capacidade para abrigar até 30 mil pessoas em um único evento.
A presidente do Sindieventos não esconde sua preocupação e a de todos os associados da entidade com a gestão do CEC. “Paira uma incerteza”, confidencia, sugerindo parcerias para a operação adequada do equipamento.
Sobre o tema, o governo já anunciou que a supervisão maior será do Estado, mas que serão feitas parcerias com o setor privado, principalmente em termos de comercialização dos espaços do Centro. “Queremos entender melhor essa questão”, concluiu Circe Jane.
Fonte: Diário do Nordeste.