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Dia das Mães: Cautela, autocuidado e conscientização ditam o varejo

Esse é o segundo ano em que o Dia das Mães é afetado pela pandemia, e isso deve interferir na hora das compras.


Em 2020, o varejo foi pego de surpresa pela pandemia. E, por conta disso, o Dia das Mães não foi como o esperado.

No ano passado, segundo um levantamento da F360° as lojas venderam 67% menos, em relação a 2019. Um dos motivos para essa queda foi justamente o fechamento de lojas físicas.

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Leia também: Score Group e Hibou divulgam o Pulso de Dia das Mães.

Até então, muitos lojistas ainda estavam iniciando a presença nos canais digitais, como WhatsApp. Além disso, o delivery e modalidades como pick up ainda eram novidade para a maioria.

Outro-fator que contribuiu com a queda de vendas foi a falta de confiança do consumidor na economia. Com os números do Covid-19, muita gente optou por deixar o presente de Dia das Mães de lado.

Já em 2021, o comércio está “acostumado” com a nova realidade das vendas. Boa parte dos comerciantes já fortaleceu as estratégias de vendas digitais, e isso deve ajudar no faturamento.

Márcia-Saad, especialista em shopping center e varejo.

De acordo com Márcia Saad, especialista em shopping center e varejo, o último ano foi de aprendizado em relação ao perfil do consumidor, que mudou muito. 

Além de um crescimento no uso de canais digitais, segundo ela, o consumidor também reduziu o ticket médio e está pesquisando mais!

No entanto, o fato de haver uma flexibilidade no atendimento físico é fundamental para o varejo. Isso porque, ainda há uma certa resistência por parte do consumidor em comprar produtos de determinadas categorias, como vestuário e calçados.

Já para outras categorias, o comércio eletrônico já é consolidado. Inclusive, Márcia afirma que deve ocorrer um aumento significativo esse ano.

Segundo o Pulso de Dia das Mães, da Score Group, empresa especialista de retail e shopper experience da B&Partners.co, em parceria a Hibou – Monitoramento de Mercado e Consumo, os segmentos mais procurados pelos consumidores esse ano são:

  • Vestuário: 61,6%;
  • Calçados: 44%,
  • Perfumes: 40,3%;
  • Bolsas e acessórios: 37,6%;
  • Beleza e maquiagem: 26,5%;
  • Joalheria: 26%.

O Dia das Mães de 2021 deve ser sinônimo de integração. Isso porque, há uma mescla entre o varejo físico e digital, não apenas por conta da pandemia, mas pelo movimento natural do setor.

“O mais provável é a combinação entre físico e on-line. Ou seja, o consumidor vê na loja, mas irá comprar pela internet ou vice-versa. E o que deve se manter forte, principalmente nos shoppings, é o serviço de delivery e take away.”, explica Márcia.

Os consumidores estão cada vez mais integrados, e buscando diferentes alternativas de compras. E isso vai se refletir não apenas nessa data, mas em outras ao longo do ano.

Alta no volume de promoções

O Dia das Mães de 2021 também será diferente pois, por conta da pandemia, muitos lojistas não conseguiram fazer as tradicionais liquidações nos últimos 12 meses. Por conta disso, houve uma alta no volume de promoções.

Muitas mercadorias ficaram paradas, uma vez que várias cidades do Brasil tiveram mais de um período de lockdown. Então, esse é o momento que os varejistas irão aproveitar para liquidar tudo, e tentar recuperar parte do prejuízo do ano anterior.

Os shoppings também estão investindo fortemente nas ações de “comprou, ganhou”, como uma forma de atrair mais consumidores, e ajudar os lojistas.

Ao mesmo tempo, vários centros de compras também têm apostado no marketing social. Assim como o ano passado, o sentimento de empatia está muito forte, uma vez que a situação ainda é delicada no Brasil.

Com isso, muitos malls estão optando por criarem ações sociais, como de arrecadação de cestas básicas, para promover a responsabilidade social chamar a atenção do consumidor.

As compras coadjuvantes (aquelas feitas por impulso e que não são necessariamente para o Dia das Mães) também devem acontecer, principalmente porque muitos shoppings estão apostando no agrupamento de datas (Dia das Mães, Namorados e Dia dos Pais).

Contudo, Márcia destaca que apesar de todas essas estratégias, algumas áreas ainda não vão conseguir a total recuperação.

“As áreas de lazer perdem muito com o tempo de abertura dos shoppings reduzido e o medo. Sem falar que o passeio despreocupado, a compra como entretenimento, perdeu sua magia.”, explica a especialista.

“Com todas as dúvidas sobre a economia pairando, ainda há um otimismo por parte do varejista para esse Dia das Mães, mas, com cautela.”, finaliza Marcia.

Consumidores ainda se mostram cautelosos

Apesar das expectativas para esse ano serem positivas em relação a 2020, os consumidores ainda se mostram cautelosos. Não apenas em relação ao valor nas compras, mas as confraternizações.

Com um cenário ainda instável no Brasil, boa parte irá optar por manter o isolamento. Segundo o Pulso de Dia das mães, cerca de 38,1% pretende ficar em casa sem receber visitas.

Ana Letycia, Head de planejamento da Score Group.

Ana Letycia, head de planejamento da Score Group, o cenário desse ano ainda é de dúvida para todos. Afinal de contas, por mais que todos queiram se reunir e presentear as mães, a pandemia ainda não acabou.

“Esse ano, temos um quadro misto de sentimentos para a data, de um lado a vontade de se juntar, de se reagrupar e de se ver, e do outro lado, a conscientização sobre o distanciamento, sobre a impacto da pandemia e, principalmente, a pressão econômica que vem ganhando força em todas as classes sociais.”, explica a Head.

Já em relação ao poder de compras, Ana ressalta a cautela. No entanto, há uma tendência que já era vista nos anos anteriores, e que esse ano está mais forte, é o foco em presentes de autocuidado, moda e beleza, que valorizem as mães com um tom mais moderno e progressivo.

Ela cita como exemplo, a entrada da Prudence na data, com a campanha “Mãe também transa”.             .

“O recado que fica é que a data pela data ainda tem muita potência comercial, mas seus motivadores estão cada vez mais amplos e permitindo novas conversas, e, isso, no final das contas, é muito bom para o varejo como um todo.”, explica Ana.

“O varejo tradicional vai ter que se atualizar e rever seus ícones, os entrantes vão ganhar espaço e forca, fazendo com que a data fique ainda mais interessante para os shoppers, mas, principalmente, para as mães e para as celebrações em família.”, finaliza a executiva.