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Cade aprova a compra da Nike pela Centauro

Varejista desembolsou R$ 900 milhões para se tornar dona da marca.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na sexta-feira (14) a compra da operação brasileira da Nike pela Centauro

A decisão foi divulgada pela própria varejista de artigos esportivos, em comunicado aos acionistas.

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Segundo a decisão do Cade, não há qualquer restrição para que a Centauro assuma a operação da Nike no Brasil. Dessa forma, toda a operação passaria para o comando da varejista, mas para passar pela aprovação do órgão concorrencial, ficou acordado de que as duas empresas trabalharão como unidades de negócios separadas. Dessa forma, suas operações seriam gerenciadas de forma independente.

O acordo foi firmado em fevereiro deste ano. A Centauro comprou por dez anos o direito de exploração comercial da marca Nike pelo valor de R$ 900 milhões. As decisões estratégicas, como patrocínio, porém, seguem sendo feitas pela matriz, nos EUA.

Quando o negócio foi anunciado, a Centauro havia dito que a Nike tinha um faturamento de R$ 2 bilhões no Brasil. O valor é cerca de dois terços do que a varejista faturou no país no último ano. Esses números, porém, devem cair bastante este ano, já que a pandemia tem derrubado as vendas.

Só no segundo trimestre deste ano, a Centauro viu cair em 55% sua receita bruta, que ficou em R$ 312 milhões. A Nike não divulga os resultados no Brasil, mas a queda de receita na América Latina foi uma das maiores no ano fiscal da empresa encerrado em 31 de maio. A variação cambial, com a desvalorização do real, contribuiu para isso.

Com a conclusão do processo de fusão, a Nike deverá ajudar na expansão dos negócios da Centauro no país, e, da mesma forma, poderá ter maior capilaridade no território nacional.

A Centauro tem mais de 200 lojas no Brasil, o que pode ajudar a Nike a expandir a distribuição de seus produtos.

O Cade deu um prazo de 15 dias para que alguma empresa apresente recurso contra a fusão. Caso nenhum recurso seja apresentado, a tendência é de que, a partir de setembro, finalmente as duas empresas comecem a trabalhar sob um mesmo dono.