Experiência de Marca

Projeto troca lixo por alimento em Umuarama

Os catadores da cooperativa de reciclagem recolhem tudo. O material é pesado e os moradores recebem o "dinheiro", chamada de "Moeda verde".

Tudo começou com a intenção de preservar o Rio Piava. A ideia era diminuir a quantidade de lixo que seguia das galerias pluviais para águas que abastecem Umuarama, na região noroeste do Estado.

A solução encontrada foi incentivar os moradores a limpar as ruas. Hoje, uma vez por semana, as esquinas dos bairros ficam com montes de lixo reciclável esperando pelo caminhão. "É fácil juntar. Em casa todo mundo já está acostumado. E onde moramos ficou mais limpo.", diz a dona de casa Zeuza de Assis Rodrigues. 

Foto: Reprodução.

Os catadores da cooperativa de reciclagem recolhem tudo. O material é pesado e os moradores recebem o "dinheiro", chamada de "Moeda verde". Não é dinheiro em espécie e não tem equivalência com o real, mas pode comprar alimentos. "Sempre rende e dá para 'comprar' muita coisa na feira.", diz Ilda Pereira Ribeiro, dona de casa. 

A cada 15 dias ocorre a feira do projeto "Lixo que Vale". Frutas, legumes, verduras, ovos, pães e até leite estão disponíveis para troca. Para levar o produto para casa não se gasta nem um centavo. 

Incentivo no Campo

Para fechar o ciclo de cuidado com o meio ambiente e com a boa alimentação, não podia faltar o campo, pois todos os fornecedores da feira são da agricultura familiar. Assim, os produtores têm garantia de onde entregar os produtos e já aumentam a produção. 

Rafael Anderson Maciel trabalha com a família no cultivo da horta. São 12 mil pés de alface, couve, almeirão, cebolinha e salsinha. Ele chega a vender, em um dia, até 300 pés de verduras.

Mas, nem sempre foi assim. "Antigamente era menor, agora já consegui aumentar a produção.", garante Maciel.

Quem também reconhece a importância de abertura do mercado para compra da agricultura familiar é o Gilval Elias dos Santos. Ele mora há 16 anos em uma vila rural e tem um lote de cinco mil metros quadrados.

Santos conta que depois que passou a ser fornecedor do projeto já aumentou a horta em 30% e diversificou culturas. "Antes eu tinha uma renda de pouco mais de R$ 1 mil. Hoje tiro mais de R$ 3 mil. Além de aumentar a variedade de hortaliça resolvi plantar morangos.", diz.