Experiência de Marca

Foz do Iguaçu recebe o maior congresso de medicina do trabalho da AL

Solenidade de abertura foi domingo (15), às 19h30, com apresentação do Coral de Itaipu e da cantora lírica internacional Carmen Monarcha. 

Começou no sábado (14), em Foz do Iguaçu (PR), o 16º Congresso Nacional da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), considerado o maior evento técnico da medicina do trabalho da América Latina. O congresso, realizado a cada três anos, tem patrocínio da Itaipu Binacional e segue até quinta-feira (19), no Hotel Recanto Cataratas, tendo como tema “Saberes e Competências necessários para o Cuidado da Saúde dos Trabalhadores”.

A solenidade oficial de abertura foi no domingo (15), às 19h30, na Sala Sonata, com apresentação do Coral de Itaipu e da cantora lírica internacional Carmen Monarcha. Durante a semana, estão previstas participações de alguns dos maiores especialistas do Brasil e do exterior no segmento, entre eles, palestrantes da Itália, Espanha, Portugal, Reino Unido, Dinamarca, México, Peru e Argentina.

A programação inclui ainda o lançamento do Filme “Fernandas”, documentário voltado à inclusão das pessoas portadoras de deficiência.

O presidente da ANAMT, Zuher Handar, avalia que o evento representa uma oportunidade de reflexão e troca de experiências sobre o exercício da especialidade, sobretudo neste momento de transformações no mundo do trabalho.

“O tema [do congresso] é um convite a todos os especialistas sociais preocupados com a saúde do trabalhador interessados no repensar de suas ações”, diz Handar, em mensagem aos participantes. “Tanto no que tange a articulação de saberes e competências, quanto na postura ética de atuação na prática das ciências que buscam os cuidados dos sujeitos envolvidos no trabalho”, completa.

A gerente da Divisão de Medicina do Trabalho (RHSM.AD) de Itaipu, Fernanda Cabral Schveitzer, destaca que neste ano o congresso propõe – em suas oficinas, painéis e simpósios – extrapolar a visão de que a saúde do trabalhador é responsabilidade apenas do profissional da saúde.

“Teremos simpósios sobre saúde pública, equidade de gênero, inclusão social, entre outros assuntos. São temas que, somados, têm impacto no bem estar do trabalhador”, avalia. “É um novo olhar, e a programação do congresso reflete isso.”

Itaipu vai participar do evento com dois trabalhos. Um deles é o pôster “Queixa de zumbido em trabalhadores expostos e não expostos a níveis de pressão sonora elevados”. O pôster ficará exposto em todos os dias do congresso, no saguão do hotel. Na segunda-feira (16), às 16h30, a enfermeira do trabalho Denise Peres (RHSM.AD) estará no local representando os autores, para apresentar e discutir o tema com o público.

Na quarta-feira (18), às 15h25, a enfermeira do trabalho Ana Simone Dernis (RHGR.AD) vai falar sobre os resultados de um programa de qualidade de vida no gerenciamento de doenças crônicas de trabalhadores em empresa de geração de energia, desenvolvido por um grupo de empregados da binacional.

Itaipu terá ainda um estande no congresso, com oito painéis apresentando ações da empresa que contribuem com a saúde no trabalho – como o Programa Reviver, Comitê de Pessoas Com Deficiência, Comitê de Equidade de Gênero, Programa Força Voluntária, GT Itaipu Saúde, entre outros. O estande estará aberto de segunda a quarta-feira, com empregados para atender o público nos intervalos do congresso.

Risco de pandemia

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que, anualmente, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho ocorrem em todo o mundo. Diariamente, são perdidas sete vidas, sendo dois trabalhadores incapacitados a cada hora. O Brasil é o quarto colocado mundial em número de acidentes fatais do trabalho, somando 700 mil vítimas ao ano, com registro de cerca de três mil mortes e 16 mil casos de incapacidade.

Outros indicadores da OIT comprovam que mais de 2 milhões de pessoas perdem a vida ao ano devido a enfermidades ocasionadas por acidentes laborais. Ao todo, R$ 10 bilhões são gastos por ano com encargos previdenciários no Brasil.

Os números apontam também que cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial (2,8 trilhões de dólares) são perdidos, por ano, em custos diretos e indiretos devido a acidentes de trabalho e doenças relacionados ao trabalho. 

Zuher Handar afirma que, como resposta a esses indicadores, o Congresso da ANAMT tem a pretensão de “intervir com efetividade, a fim de contribuir para valorizar e ampliar a visibilidade da Medicina do Trabalho e facilitar o desenvolvimento de competências técnicas, éticas e culturais que fundamentam as práticas cotidianas do Médico do Trabalho no cuidado da saúde do trabalhador”.