Mídia

Campanha do Santander causa indignação à ANJ

Em uma série de filmes criados pela agência Y&R, responsável pela conta, o Banco vem propondo transformar as bancas de jornais em outras fontes de negócios.

O projeto “A Gente Banca”, lançado no final de abril pelo Banco Santander, continua causando fortes reações negativas entre os grupos editoriais brasileiros. 

“A campanha causou muita indignação entre os jornais.”, afirmou, em carta à direção da instituição bancária, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech.

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Em uma série de filmes criados pela agência Y&R, responsável pela conta, o Santander vem propondo transformar as bancas de jornais em outras fontes de negócios para os jornaleiros, por intermédio de um microcrédito exclusivo para quem provar ter licença para banca de jornal e aceitar fazer um curso de capacitação em cinco outras atividades: florista, chaveiro, manicure, reparo de celular e costura.

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No lançamento, o diretor de Marketing do Santander, Igor Puga, informou que a ideia nasceu em seu departamento, que há anos detecta “As dificuldades por que vem passando o mercado editorial, o que impacta diretamente a atividade das bancas de jornais.”

Na mensagem de Marcelo Rech ao Santander, a ANJ destacou que “As peças publicitárias são depreciativas aos jornais por apresentá-los, na estética e no roteiro dos anúncios, como meios desprezados e ultrapassados. A primeira peça, que abriu a campanha, foi particularmente ofensiva à imprensa escrita ao dizer que “Nos últimos tempos, mais gente comprava jornal para catar sujeira de bichos de estimação do que para ler.”

Segundo a ANJ, a partir dos protestos, o Santander chegou a enviar um pedido de desculpas e modificou o filme. No entanto, diz a ANJ, manteve no ar uma campanha com estética e roteiro depreciativos. 

Em um dos filmes, por exemplo, a ANJ afirma que “Ninguém mais compra jornal em banca. Todo mundo lê notícia pelo celular.”

Para Marcelo Rech, isso gera desinformação. “Na realidade, todos os dias, centenas de milhares de exemplares de venda avulsa são comprados por consumidores que buscam informação digna e confiável, grande parte deles de baixa renda.”, afirmou.

“É especialmente lamentável ver uma campanha que deprecia jornais, ainda que não seja a intenção, ser lançada no momento em que a imprensa está engajada em uma extraordinária cobertura de uma das maiores tragédias da história recente, levando informação essencial a milhões de pessoas.”, completou o presidente da ANJ.

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