Experiência de Marca

As promoções na época do Covid-19

Poucas semanas antes desta época, o mercado de live marketing andava muito otimista, acreditando que bateríamos recordes de ações promocionais em um ano.

Houve um tempo, no primeiro quarto do Século XXI, em que a humanidade foi acometida por uma pandemia das mais graves da história. Este tempo ficou conhecido como “A Época do Covid-19”.

Poucas semanas antes desta época, o mercado de live marketing andava muito otimista, acreditando que bateríamos recordes de ações promocionais em um ano.

Pesquisas apontavam crescimentos na casa de dois dígitos percentuais sobre o ano anterior. Prêmios acima de 500 milhões de Reais (o dinheiro da época), distribuídos em mais de 6.300 ações no ano anterior.

De repente, chegou um novo Coronavírus e foi decretado estado de emergência em todo o País. A maior parte do comércio e dos serviços ficou paralisada e as promoções, na sua quase totalidade, forma suspensas ou canceladas.

Este bem poderia ser um relato futuro do que estamos vivendo hoje. Mas a questão maior é: Como este relato vai continuar?

Bom, o leitor sabe que o nosso setor é conhecido pelos eventos e pelas promoções.

Com os eventos congelados, restam as promoções. E foi este o desafio de futurologia que me propôs o Promoview.

E como eu sou um abusado, resolvi aceitar.

Tentei comprar uma bola de cristal pela internet, mas descobri que não chegaria a tempo, já que, tirando os deliverys de comida, os demais serviços de entrega estão abarrotados e com prazos muito acima do normal.

Começo pela situação atual: A maioria das promoções está, realmente, suspensa ou cancelada. Nem mesmo a Loteria Federal, que nos fornece os números de sorteio para a premiação está funcionando.

A Secap/ME foi obrigada a negociar com a Caixa Econômica Federal a alteração da forma de divulgação dos resultados das extrações da Lotomania, para que estas pudessem ser usadas pelas ações em andamento, para identificar os consumidores ganhadores.

Fora os “perrengues” mais técnicos, como este da Loteria Federal, surgem outras questões muito mais relevantes, tais como:

– Dá para começar uma promoção agora?

– É a época certa para fazer promoção?

– Que tipo de ação é conveniente/adequada de se fazer?

– Que ferramentas estão disponíveis e podem ser úteis neste momento?

– Como a minha ação vai ser percebida pelo meu consumidor?

Estas são apenas algumas das dúvidas que bombardeiam as cabeças dos nossos gestores neste momento. E quero citar aqui uma frase de David Laloun (COO da Y&R) em um artigo do M&M: “Todos sairemos diferentes… Seremos mais lembrados neste período pelas escolhas que fizermos como Seres humanos que como executivos.”

Isto vale, não apenas para os gestores, mas para as empresas também. Elas serão lembradas – e julgadas – pelas escolhas que fizerem, não como empresas, mas como entes sociais que são.

Muito se fala sobre propósito e relevância. Este é o momento de demonstrar, em cada atitude, qual o propósito da empresa e o quanto ela é relevante para a sociedade. 

Está na hora das empresas, em lugar de procurar o engajamento das pessoas, demonstrarem que estão (empresas), de fato, engajadas com elas (pessoas). E não existem ferramentas melhores para demonstrar, de fato, isso que as de live marketing.

Para as perguntas que fiz acima, como já disse que sou abusado, ouso submeter algumas sugestões de respostas:

– Dá para começar uma promoção agora?

Dá, sim. Embora a Loteria Federal esteja suspensa, a Secap/ME está autorizando normalmente as promoções para aqueles que quiserem fazer, com tudo funcionando on-line; só precisa, no caso da modalidade sorteio, usar os resultados da Lotomania, em lugar da Loteria Federal. Dá mais trabalho, já que a Lotomania sorteia dezenas, como a Mega Sena, mas com um pouco de aritmética básica, dá para usar. As demais mecânicas seguem normalmente, como sempre foram.

– É a época certa para fazer promoção?

Por que não?

– Que tipo de ação é conveniente/adequada de se fazer?

Do tipo que faça sentido para a sociedade, no momento atual; aquele tipo o que, em vez de ser chamada de ação, possa ser chamada de atitude; que demonstre a preocupação concreta com o bem-estar das pessoas e que vender é apenas o meio necessário de gerar recursos para melhorar as condições de vida do indivíduo, da comunidade, da sociedade em geral.

– Que ferramentas estão disponíveis e podem ser úteis neste momento?

Todas as de uso on-line; as redes sociais de um modo geral; o WhatsApp deve assumir um papel muito mais importante nas promoções; os apps devem se tornar mais atrativos, mais leves de carregar e mais amigáveis de usar; tudo isso em uma velocidade muito maior do que a que se esperava.

– Como a minha ação vai ser percebida pelo meu consumidor?

Esta não é nova: Tudo vai depender da ação e da forma como você vai explicar a importância da ação (sim, a palavra certa é importância, já que, neste momento, a ação tem que ser importante, não para a empresa, mas para as pessoas).

Se ela não demonstra atitude, propósito e relevância, será percebida como mera tentativa de aproveitamento de oportunidade e pode causar um estrago de grandes proporções.

Esta é, de fato, a oportunidade de demonstrar que os story tellings não são só bonitinhos, mas são verdadeiros!

SAÚDE PARA TODOS! 
FIQUE EM CASA!