Incentivo

Volume das viagens de incentivo volta a crescer em 2022

Renato Amaral comenta o momento do setor que volta a operar com viagens internacionais

Apesar da diminuição do contágio, o Brasil ainda sofre com a pandemia e o setor de viagens de incentivo assim como o do turismo de varejo, ainda procura alternativas para a ampliação consistente dos negócios.

Alguns indicadores mostram a dificuldade para economia voltar aos índices de 2019, que já não foi um bom ano. O índice do IPCA, medido em outubro/21 pelo IBGE, ficou em 1,20% – o pior resultado desde 1995. Diante disso, os economistas estão prevendo um 2022 com recessão, ou seja, retração do mercado, e consequentemente isso fará com que as empresas fiquem mais “travadas”, focadas em retenção de custos.

Renato-Amaral

O histórico do setor demonstra que as viagens corporativas são descoladas da conjuntura econômica e isso anima o setor.

Para Renato Amaral, CEO da TSB MICE Specialist, um experiente executivo deste setor, a volta das viagens de incentivo assim como das corporativas está próxima. 

Nos últimos dias ele esteve em Peru, NYC, Paris e Dubai para visitas técnicas visando levar convidados para estes destinos no início de 2022. Assim como ele, executivos do setor começam a atravessar o mundo, o que representa claramente a volta das atividades.

“Neste último período o segmento de viagens corporativas apresentou leve recuperação à medida que a confiança pela volta ao normal passou a ser considerada como uma realidade. Apesar da utilização de soluções digitais para realização de reuniões de negócios o setor mostra avanços porque o presencial é insubstituível”, reforça Renato.

De fato as empresas sabem da importância do #AllTogether e do #FaceToFace. O desejo de socializar (presencialmente) é inerente ao Ser humano e as marcas não são indiferentes a isto. Elas sabem a importância de reunir seus times e de conseguir transmitir uma mensagem simultaneamente a todos os membros de suas equipes. 

“Os eventos híbridos ganharão força, mas não acredito que substituam os eventos presenciais. Como transmitir emoção ou mesmo o espírito de equipe em uma palestra on-line? Sem a emoção dos seus colegas ao seu lado exalando no ar? Sem aquele jogo de luzes e aquela música no volume correto? Como manter a atenção do espectador sentado na sala da sua casa, enquanto um carro deu uma freada brusca na rua?”, compara o executivo.

Os números mostram tudo isso. Pesquisa do Kayak mostra que as viagens de incentivo e corporativas retornarão até o fim deste ano para 23,9% dos entrevistados, enquanto 22,1% acreditam que isso acontecerá no início de 2022. Ao todo, mil brasileiros foram ouvidos durante o estudo.

Segundo Renato Amaral já houve um aumento considerável nos briefings que envolvem design de experiência vindos da sua carteira de clientes  que tem Adidas, Hasbro, Gomes da Costa, Grupo Petrópolis, iFood, Johnson & Johnson, Santher, Sul América e Vivo, e das agências de live marketing Aktuellmix, B9B Live Marketing, EAÍ!?, Innocean Worldwide Brazil e Lâmpada.ag.

Isso mostra que a previsão dele feita logo após o colapso de 2020 em uma entrevista ao Promoview está acontecendo

“Em Março de 2020 dos 43 projetos que tínhamos aprovados e que estavam em andamento, 78%  foram adiados sem uma definição de datas. Os outros 22% já foram remarcados agora para o segundo semestre 2021 e inicio de 2022, e a maioria deles está em produção. Grande parte vai para 2022. Mas para quem ficou inativo por 20 meses, aguardar mais cinco ou seis não faz muita diferença”, observa.

E pensando nesse momento da economia brasileira, junto com a necessidade das empresas pensarem em viagens de incentivo e corporativas é importante reestabelecer os procedimentos internos para a realização destas iniciativas e consequente compra de serviços de viagens.

“Aqui na  TSB revisamos constantemente os acordos comerciais com as companhias aéreas e locadoras de veículos, reestruturação de hotéis e negociação de tarifas, revisão da política de viagens, análise histórica de compra, entender quanto que a empresa deixou de economizar e porquê.
Isso constitui uma plataforma que está à disposição dos clientes, sem custos adicionais”, diz ele.

A volta das operações intensifica as negociações para cada job e com elas voltam também práticas que afetam a rentabilidade, refletindo na qualidade dos serviços.

” É preciso que os contratantes se conscientizem que a colaboração é a nova competição. E para termos sucesso, práticas como 90/180 dias para pagamentos precisam desaparecer das negociações ainda mais agora que os fornecedores estão fragilizados”, pontua.

“Viagens são necessárias para estratégia de incentivos e certamente voltarão como antes. Mas as práticas precisam estar alinhadas com os discursos. E para isso as politicas de negociação precisam melhorar muito para chegarmos a um cenário verdadeiramente sustentável para toda a cadeia de fornecedores”, conclui Renato Amaral.