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Mário Carvalho deixa a TAP

O principal rosto da aérea há 50 anos se despede da companhia

O principal rosto da TAP no Brasil e América do Sul deixou nesta terça-feira a companhia portuguesa onde exerceu a atividade profissional durante 50 anos, desde 1972, durante os quais a companhia ascendeu a maior transportadora aérea não brasileira.

A saída da Tap Air Portugal, em que é substituído na liderança do mercado Brasil e América do Sul por Carlos Antunes, como já foi anunciado pela companhia, suscitou surpresa e sobretudo manifestações de pesar pelo seu afastamento.

“Durante mais de 40 anos o Mário foi a cara da companhia aérea de Portugal — TAP — a empresa ainda hoje responsável pelo maior número de ligações do Brasil ao estrangeiro”, escreveu o colunista José Manuel Diogo na revista portuguesa “Isto É”, que diz de Mário Carvalho que “é parte da história partilhada dos dois países” e é “dono de um saber que é obrigatório preservar”.

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E os primeiros sinais indicam que assim será, pelo menos a avaliar pelo que avançaram ao PressTUR algumas fontes, segundo as quais a escolha de Carlos Antunes foi proposta por Mário Carvalho, com quem trabalhara alguns anos antes, como diretor de Marketing e, posteriormente, director de Inteligência de Mercado.

Mário Carvalho ascendeu à liderança da TAP no Brasil, substituindo José Manuel Coelho, por escolha de Fernando Pinto e Luiz Mór, que dirigiam a companhia portuguesa e o conheciam bem dos tempos em que estiveram à frente da Varig.

A sua direção permitiu à companhia portuguesa expandir a sua presença no mercado em número de passageiros, mas, sobretudo, em origens/destinos, permitindo que os residentes em Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Natal, Fortaleza, Belém tivessem voos diretos para a Europa, como já acontecia com São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

O impacto não se fez sentir apenas no Brasil, pois na sequência desse desenvolvimento não foi só a TAP que se tornou a maior companhia aérea não brasileira em transporte internacional de/para o Brasil, como o Brasil subiu a primeiro mercado da TAP em receita e uma das mais importantes origens de turistas não residentes, nomeadamente em gastos, ou seja, receitas turísticas portuguesas.

E daí o sentido de José Manuel Diogo, também coordenador do comité de trade finance da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira em Lisboa, escrever na sua coluna “Sobre o Mário Carvalho eu poderia dizer, sem risco de exagero, que ele hoje está para o “ar” como antes o Pedro esteve para o “mar”.

As fontes do PressTUR indicaram que Mario de Carvalho ainda vai manter uma ligação à TAP por mais um ano, como consultor… melhor que nada mas muito “poucochinho” para quem durante 50 anos “respirou” TAP e conhece o mercado e os seus protagonistas como ninguém.