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João de Nagy: everything is possible

CEO do complexo WTC em São Paulo, executivo comanda negócios com desenvoltura e visão de longo prazo

Ele comanda um empreendimento de primeiro mundo. Um complexo que respira eventos, hotelaria, design e negócios, muitos negócios.

Talvez de seus antepassados portugueses venha o espírito aventureiro e desbravador, de falar muitos idiomas para se fazer entender por todo o mundo em inglês, francês, espanhol, alemão e italiano.

João de Nagy é uma apaixonado pelo trabalho e para executá-lo com dedicação não precisa nem de secretária e nem de sala. Seus três celulares facilitam a comunicação e é no relacionamento olho no olho com seus interlocutores que lidera equipes, comanda as empresas e negocia como ninguém.

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Já foi piloto, gestor de aeroporto na África, dono de agência de viagens e gere hoje o complexo WTC que inclui o Sheraton Hotel, D&D Shopping e o WTC Events Center, centro de convenções com teatro com 525 lugares, ballroom com 906 metros quadrados, 60 espaços modulares e multifuncionais, e um golden hall com 3.150 metros quadrados.

Objetivo, assertivo e sempre disponível, este português carismático também tem negócios além-mar. Em Paris está a construir um outro complexo de negócios composto por um centro de eventos com 120 salas, 7 hoteis, uma torre de escritórios, praça de alimentação e a geração de 2 mil empregos diretos.

Golden-Room do complexo WTC Event Center, cenário com 3.150 metros quadrados para eventos, feiras, congressos e conferências 

Hoje, João de Nagy é meu convidado aqui no mice business:

Quais as perspectivas de retomada dos eventos em São Paulo e especialmente no WTC Events Center?

Estamos notando no WTC uma demanda altíssima e parte dela são de eventos que estavam previstos para acontecer anteriormente. Entretanto isso não chega nem a 30% das reservas. Ou seja, muita coisa é de última hora e eventos que já aconteceram em dezembro, em janeiro e também agora em fevereiro que é tradicionalmente um mês de baixa. Então temos sentido muita demanda agora do que nos períodos pré-pandemia. Realmente há uma queda grande de viagens de executivos, o individual, basicamente de estrangeiros e de reservas do hotel, e um acréscimo significativo de eventos corporativos de última hora e de todos os tamanhos. Então isso é muito positivo.

O que pode contar sobre sua vice-presidência do Capítulo Latan da UFI – The Global Association of the Exhibition Industry?

A Ufi a exemplo de outras entidades como Abeoc, Ubrafe etc, tem tido um papel de muita relevância em manter todo o mercado informado e tem feito um trabalho online muito produtivo que acho que é a razão do significado de sermos membros desta entidade. E temos acompanhado o perfil do que tem acontecido em todo o mundo, principalmente na Ásia, onde essa volta de eventos de uma forma bastante forte e abandonando cada vez mais rápido o híbrido, que inclusive está nos surpreendendo positivamente todo nosso setor.

Que tendências enxerga para os eventos pós-pandemia?

Obviamente espaços que tem mais estrutura que tenha mais como hoteis, restaurantes, que a pessoa não tenha que se deslocar mais para ir a um local, pegar um taxi para ir jantar, estou achando que cada vez mais vai haver hotelaria em volta de centros de convenções e centros de convenções que tenham serviço de hotelaria no entorno serão preferência dos clientes para simplificar e muitos protocolos da pandemia vão ficar porque outras doenças, infelizmente vão aparecer e nós temos de nos habituar e conviver com estes vírus e não ser surpreendido por eles.

Pode contar sobre o projeto ITC-Paris?

Continuo no desafio de levar investidores para lá. É um projeto grande e que tem tudo isso que falamos acima, uma coisa maior do que o WTC São Paulo, são quase 2 mil quartos de hotel que permite realmente um organizador de eventos contar com uma hotelaria com custos razoáveis em torno do seu evento. Muitas vezes os hoteleiros exageram muito quando vêm um evento de calendário que tem muita demanda e sobem os preços a ponto de prejudicar a eleição do evento pelo custo de viagem do participantes. E o nosso projeto, nosso conceito de operação é que a hotelaria tenha um preço razoável, um preço sustentável para que o calendário seja cada vez mais fortificado mas com preços razoáveis ao longo do ano e não que os preços estraguem a demanda gerada pelo centro de convenções. Então o projeto está indo bem e acho que vamos ter muitos investimentos inclusive vindo para o Brasil onde nós temos de consolidar os centros de convenções que já existem e não ficar criando novos centros enquanto que muitos deles ainda não chegaram ao seu break even. Estou vendo com muito bons olhos o mice como protagonista, cada vez mais importante no setor de viagens uma vez que as viagens individuais, em particular, devem demorar mais para voltar uma vez que o Zoom que é uma ferramenta que já existia já alguma tempo, assim como outras semelhantes, e que não usávamos e todos fomos forçados a usá-los e o home office também, e a participação no escritório hibridamente, que também é uma realidade. Muitos escritórios ao redor do mundo já abandonaram de vez os escritórios físicos uma vez que sua atividade assim o permite. Então estou muito otimista com o setor mice especialmente na área de eventos corporativos como uma força cada vez maior para todos nós que estejamos envolvidos depois destes dois anos de ter sofrido tanto.