Eventos

Medidas do governo de SP para eventos são mais brandas do que o esperado

Exigência de comprovante de vacinas e recomendação para redução da capacidade de público trazem alívio para organizadores

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (12) as recomendações para os eventos com aglomeração a serem realizados nos próximos meses.

Diferente da expectativa criada sobre a restrição para eventos com grandes aglomerações o comunicado recomendou apenas a exigência de comprovante de vacinas e a redução da capacidade de público para 70% da lotação de cada um dos espaços. 

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“A recomendação vale para eventos públicos e privados. É uma recomendação porque entendemos que os municípios têm situações e enfrentem realidades diferentes. Temos que deixar que o município possa legislar de acordo com a sua situação epidemiológica”, afirmou João Gabardo, coordenador executivo do comitê científico de combate à pandemia do Estado de São Paulo.

As medidas  trazem um certo alívio para organizadores e promotores de eventos não só pelas recomendações anunciadas mas pelo cenário futuro que indica apenas a preocupação em conter o contágio aumentando as possibilidades para realização, por exemplo, do Lolapalooza e das feiras de negócios já programadas para o 1º semestre

Mesmo assim os especialistas entendem que as autoridades estão usando o setor de eventos como bode expiatório.

Para-Paulo Octavio Pereira, o P.O, colunista aqui do Promoview e manager da consultoria Live Marketing, o peso dado para cada setor é desproporcional.

“A pergunta que fica é: o metrô também terá restrição de 70% para ocupação? Então é injusto atribuir o aumento de contágio apenas pelas aglomerações nos eventos”, explica P.O.

“Eu entendi que já havíamos passado da fase em que eventos = aglomeração = contágio. Primeiro é preciso distinguir os tipos de eventos. Certamente cancelar o carnaval de rua foi acertado. Mas no caso dos eventos controlados como as feiras para geração de negócios e os corporativos, realmente não dá para entender, afirma P.O.

As regras foram estabelecidas por causa do crescimento do número de casos de Covid-19, com o avanço da variante ômicron. A gestão Doria anunciou que o total de internados em enfermarias no estado subiu de 1.712 no dia 29 de dezembro para 3.413 no dia 11 de janeiro. Já o total de pacientes em UTI subiu 58% no mesmo período, de 1.096 para 1.727.

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Confirmando o que foi divulgado na véspera, Dória negou qualquer tipo de fechamento ou restrição aos serviços e comércios.

O governador João Dória negou restrições ao setor de serviços e comércio. Foto: Divulgação

“Não há neste momento nenhuma indicação, nenhuma necessidade de restrição e fechamento de comércios e serviços. Há, sim, cautela e uma recomendação expressa para que as pessoas usem máscara todo o tempo”. 

“Quero tranquilizar o setor de comércio e serviços, não há nenhuma indicação até o presente momento de que restrições poderiam ser implementadas. Mas vai exigir cuidado, esta nova cepa a Ômicron é a mais poderosa de transmissão da história”, adicionou o governador paulista.