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Ambev atende pedido da Ampro e dá parecer favorável ao pagamento em 30 dias

O movimento jobentreguejobpago apresenta primeiro grande resultado, sinalizando que o “novo normal” já é uma realidade.


O movimento #jobentreguejobpago apresenta seu primeiro grande resultado, sinalizando que o “novo normal” já é uma realidade.

Fontes do promoview dentro da Ambev confirmaram que a companhia comunicou hoje a Ampro a diminuição nos prazos de pagamento, principal solicitação do movimento “Job entregue Job pago” promovido pelas agências especializadas e fornecedores de live marketing.

Leia também: Ambev está a um passo da maior atitude sustentável junto aos fornecedores

Segundo as mesmas fontes a decisão na mudança da política de contratação e forma de pagamento teve  participação ativa do comitê de relações sustentáveis da Ampro e de Bazinho Ferraz, presidente do Conselho da entidade numa interlocução junto a alta direção da cervejaria.

As condições são específicas para contratação de serviços de marketing via agências. Dependendo do tipo de agência e do investimento previsto, o prazo de pagamento cai para 30 dias após a realização da atividade, o que contempla 80% dos casos. 

Alguns pagamentos poderão ser até antecipados, tais como: local, atrações, A&B. Além do prazo de pagamento, a empresa expressou ainda a intenção de seguir as recomendações da AMPRO nas relações com agências. 

Embora ainda mantenham o prazo de 120 dias na última faixa (que atinge muito poucas agências), pode-se afirmar que essa é uma vitória emblemática do mercado e especialmente na AMPRO, que busca por relações sustentáveis.

Será, sem dúvida, um benchmark a ser evidenciado nos contatos que vem sendo feitos com outras empresas e que você acompanha aqui nas atualizações do Promoview.

As últimas novidades do mercado de brand experience estão aqui.

Leia também: Principais nomes das agências especializadas comentam a crise do setor. 

A mudança é histórica, pois esta prática vinha sendo questionada há muitos anos pelas agências de live marketing e se mostrava ainda mais danosa em meio aos efeitos da crise desencadeada na economia pela pandemia. 

Com impactos imediatos na atividade, e sem perspectivas de retorno ao cenário anterior à disseminação da doença pelo País, que exigiu isolamento social da população, o setor de marketing promocional e eventos sofreu um colapso ainda sem data para retomada das atividades.

Enquanto a adoção de novos formatos para eventos com a presença do público ainda é um horizonte indefinido, as agências e líderes do segmento se mobilizaram contra práticas como concorrências com muitos players, leilões reversos (nos quais vence quem aceita a menor remuneração) e longos prazos para o recebimento pelos trabalhos desenvolvidos.

O movimento ganhou impulso após a pesquisa exclusiva realizada pelo Promoview, onde grande parte dos entrevistados respondeu que o financiamento de projetos era a principal dor. A partir daí, iniciaram queixas públicas e mobilizações por meio das redes sociais.

Uma postagem no LinkedIn do presidente de uma das companhias alvo das críticas, que comemorava o sucesso e a repercussão das ações em prol do combate ao vírus, recebeu manifestações de donos de agências especializadas.

Em um deles, o executivo  – que nos comentários anteriores respondeu em agradecimento – nada escreveu em resposta. Outro dono de agência tentou também, sem sucesso.

A partir dali, ainda segundo a fonte da Ambev,  a Ampro entrou no assunto, e, por meio do seu presidente Alexis Pagliarini, obteve agenda que culminou com a reunião junto à área de compliance da cervejaria, que resultou na nova política da companhia anunciada hoje.

As alternativas do novo normal

Marcio Esher

A decisão da  Ambev abre um novo horizonte para o mercado de live marketing. Entretanto, o congelamento das ações presenciais, principal atividade do setor, ainda é uma grande preocupação e levou as agências e empresas fornecedores a procurarem alternativas.

Uma delas surgiu por meio da produção de lives e reuniões por meios virtuais. R1, VLab, EAÍ, TM1 e Let’s são as principais agências que tomaram a iniciativa logo no início da pandemia e passaram a disputar mercado com empresas como a CrossHost que já vinha desenvolvendo este tipo de projeto.

Para Marcio Esher, diretor-geral do Banco de Eventos, os projetos criativos neste segmento são úteis. “Servem para atender o nosso planejamento de atuação e nos manter conectadas aos clientes. Nosso objetivo é ajudar os comitês de crise das empresas e este é um dos serviços que podemos colocar à disposição delas.”

Segundo levantamento da reportagem, mais de 800 lives corporativas foram produzidas e realizada por empresas do setor nos últimos 60 dias.

Marcos Muniz, diretor da Elementar Filmes, acredita que este número ainda  vai se multiplicar, mas alerta para alguns cuidados básicos e defende a união e profissionalismo neste momento.

“Se hoje eu faço um evento grande e amanhã meu concorrente faz outro, o mercado vai entender que os eventos grandes são necessários nesse momento. Eu acho que esse é o ponto principal que a gente tem que tomar cuidado, a concorrência tem que ser leal, principalmente em relação a valores. Agora não é hora de a gente acatar e pegar qualquer coisa, qualquer preço e a qualquer custo, porque duas coisas vão acontecer: a gente não vai conseguir entregar os melhores resultados, o que vai fazer o mercado cair, e a gente vai entrar naquela roda que já conhecemos tão bem do nosso mercado de receber em 120 dias, ficar brigando por valores de cachê, enfim, aquelas histórias todas que a gente já sabe.” 

Marcos Muniz

“É um período de exceção total que a gente precisa tentar envolver o maior número de profissionais do nosso mercado que conseguirmos para tentarmos, pelo menos, que as pessoas passem por essa pandemia de uma forma bacana e menos dolorosa pra todo mundo.”, completa Muniz.

Outra iniciativa no universo digital está sendo desenvolvida pela Aktuellmix. Ela já tinha iniciado em meados de março o “Ilha da Imaginação”, que capacita em audiovisual crianças da comunidade de São Simão, em Goiás. 

Realizado para a SPIC, a ação seguiu por meio da plataforma “Google Sala de Aula”, após uma pesquisa da agência junto aos pais que concluiu que todos os alunos tinham celulares e poderiam continuar as atividades desta forma, apesar da perda da experiência presencial.

Em outra frente, as empresas partem para projetos ao ar livre, mesmo com as restrições, que nem de perto lembram aquele “presencial” que todos adoram.

A V3A começou a atuar em um segmento em que nunca havia estado antes, o de construção de hospitais. Após ganhar uma concorrência, a agência construiu dois hospitais de campanha para a Rede D’Or, no Leblon e no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro. A partir daí, já teve uma série de novas solicitações em outros Estados, como São Paulo, Pará e Maranhão.

A Dream Factory também levou o’ Preparadão’, feito com a Universia com foco no Enem, para o universo on-line. Além disso, a empresa já pensa em planos para quando o isolamento for flexibilizado ou terminar. 

Entre eles, está o desenvolvimento de drive-ins em diversas cidades do País. A agência já iniciou negociações com shopping centers para a utilização dos estacionamentos, onde o projeto será montado e possibilitará que a população, de dentro dos carros, possa assistir a filmes, shows e apresentações culturais.

Já com vistas a colaborar com soluções para o varejo, outra grande frente de atuação das especializadas, agências do mercado buscam alternativas para contornar o problema da contaminação.  É o caso da Mercado Jovem que desenvolveu e já instalou em São Sebastião cabines para diminuir o risco de contaminação.  No Paraná, a mesma iniciativa está sendo tocada pela Mob Estandes, voltada para shopping centers.

Cabine desenvolvida pela Mob Estandes