Experiência de Marca

YouTube: O que agências e marcas ainda não perceberam

Damian Kulash diz que elas não devem querer reinventar a roda ou seja, o modelo tradicional está gasto e não vale a pena querer fazer vídeo <em><span style="color: #000000;">on-line</span></em> como se fazia antes anúncio de TV.

Na Palestra em Cannes Lucas Watson, vice-presidente de vendas globais e marketing do YouTube, subiu no palco e abriu dizendo que vivemos tempos fantásticos para o vídeo. “Há redes de influenciadores a usar vídeo. As marcas vão querer rodear-se de produtores de vídeo para criar conteúdo que queira ser visto e partilhado. As pessoas captam imagens via smartphones ou tablets, e muita gente está constantemente gravando.” Ou seja, o mundo está sendo registrado em vídeo.

Os convidados em palco são Damian Kulash, cantor da banda Ok Go; Tom Eslinger, diretor de Criação Digital da Saatchi & Saatchi e moderador do debate; Marc Speichert, diretor de Marketing, da L’Oréal USA; e Matt Elek, diretor da Revista Vice.

O que as agências e as marcas ainda não perceberam

Damian Kulash diz que elas não devem querer reinventar a roda ou seja, o modelo tradicional está gasto e não vale a pena querer fazer vídeo on-line como se fazia antes anúncio de TV. Por outro lado, o viral não se inventa, ele apenas é. Mas que o planejamento não deixa de ser importante.

“Viral é o que tem qualidade”, diz ele. Nem sempre é certo, mas no caso dos Ok Go é verdade. Vídeos extremamente inventivos ligados a marcas geram milhões de visualizações. Veja o exemplo do vídeo criado em parceria com a Chevrolet aqui.

A opinião da Revista Vice é que o entretenimento para as marcas cria engajamento e que as marcas querem isso, acima de tudo. Não há anúncio tradicional que dê esse retorno, tem de haver criação de conteúdos que entretenham. De fato, a adição do entretenimento tem sido uma tendência nos últimos tempos e que encontra a sua expressão máxima no conceito de gamificação.

Quem é que percebe como as coisas têm de funcionar agora e quem não

Marc Speichert, da L’Oreal, diz que as estrelas do YouTube comunicam produtos – mesmo que não os tenham logo lá – e que as marcas ainda não entenderam isso. Ele se refere ao vídeo da marca com Zombie Boy, o homem mais tatuado do mundo para comunicar o Dermablend, um desmaquilhante da marca. Veja aqui.

Já o diretor da Revista Vice diz que quem percebe como as coisas funcionam é quem cria cultura em vez de criar uma campanha tradicional. No caso dele, a aventura conjunta com a Intel, retornou uma visibilidade mundial em um projeto que agrega valor imaterial a ambas as marcas.

Já aqui falamos do GP de Promo & Activation desse ano que deixou um legado para a sociedade americana. E ele continua dizendo que preocupar-se demasiado com o retorno monetário de um projeto leva a mau trabalho. “O importante mesmo é gerar grande conteúdo.”

Conselhos sobre conteúdo on-line

É preciso ignorar as fronteiras entre cultura e tecnologia. Damian avança dizendo “Não fiquem achando que filme e música são coisas diferentes e que propaganda e conteúdo são duas coisas diferentes. Os limites entre as coisas têm de ser borrados porque agora é tudo 0’s e 1’s.”

O diretor da L’Oreal interfere na discussão dizendo que a melhor abordagem a conteúdo on-line será sempre a agregação de diferentes meios, pensar em on-line é pensar para computador, para smartphone e para tablet.

Mas o diretor da Vice vai mais longe. Ele sugere que todo o mundo se abra à ideia de fazer algo realmente terrível, em uma defesa apaixonada da coragem que é preciso ter para correr riscos. “Se apontarem para resultados medíocres tudo o que vão conseguir é resultados medíocres.”