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Volunturismo: a moda é tirar férias e ajudar quem precisa

Da construção de casas ao trabalho na agricultura, não faltam experiências nem destinos, nos cinco continentes. Algumas agências estão chamando estas iniciativas também de turismo com significado.

Publicado originalmente em 28/04/2014.

O conceito de voluntariado tornou-se um pouco distorcido com o passar dos anos, depois do boom do que chamamos terceiro setor nos anos 90.

Empresas e grandes eventos, como o Rock in Rio, as Olimpíadas e a Copa do Mundo, selecionam voluntários que participam pela vontade de fazer algo maior ou para ganhar experiência em suas áreas de interesse.

Longe de criticar essas iniciativas, ao contrário, é preciso muito rigor nos processos de trabalho para ter o volume de pessoas capacitadas que essas situações exigem.

Entendo voluntário, neste contexto, como um termo usado de forma equivocada. O que os negócios chamam de voluntários, boa parte das vezes estão se referindo a trabalhadores não-remunerados.

Divulgação/Tribewanted
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Voluntários utilizam férias para ajudar comunidades. Na imagem, grupo prepara refeição na Itália.

Voluntariar é trabalhar em prol de uma causa ou de pessoas que precisem de algo excedente que este tenha sobrando – ou tempo, ou conhecimento, ou mão de obra ou mesmo bens de consumo.

Se considerarmos que metade do mundo vive em pobreza, e grande parte deste contingente em pobreza extrema, nós, a outra metade, temos muito trabalho voluntário para desenvolver – mas como o próprio termo diz, claro, depende apenas da nossa vontade. E se muitos não sabemos por onde começar, a era da economia social e da colaboração pode estar trazendo a iniciativa que faltava: o volunturismo.

A mesma geração Y que quer fazer mais pelas pessoas, também quer mais do seu trabalho ou tem uma ideia de negócio na cabeça, e, via de regra, reconhece o mundo como a sua casa.

Viajar é mais do que um hobby, é um estilo de vida. O volunturismo parte desses pressupostos para se desenvolver e tem em organizações como a Tribewanted espaço para quem quiser fazer parte.

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Funciona assim: ao se associar à “tribo” de volunturistas, todos os futuros viajantes têm um desconto de 20% no pacote que escolherem ao comprarem um membership que custa dez libras por mês (cerca de R$ 40,00), valor que pode ser descontado nas viagens.

Atualmente, existe a possibilidade de trabalhar em três destinos diferentes, entre África, Europa e Ásia. Uma estada com alimentação e vinho incluídos custa cerca de 60 euros a noite. As acomodações são superconfortáveis, embora simples, e o trabalho varia de acordo com a localização escolhida e a época do ano.

Há diversas organizações que estão atuando como a Tribewanted, levando os seus volunturistas para países, e o Brasil pode ser um deles. Há ainda locais para receber interessados em diversos pontos da África, Ásia e até mesmo na Europa, com destaque para uma fazenda na Itália.

Da construção de casas ao trabalho na agricultura, não faltam experiências nem destinos, nos cinco continentes. Algumas agências estão chamando estas iniciativas também de turismo com significado.