Experiência de Marca

Um passeio pelo supermercado do futuro

Artigo especial intui sobre como será o ambiente do futuro nos corredores das lojas de auto serviço 

Uma outra preocupação toma o tempo dos executivos de grandes redes de auto serviço afora administração das lojas, localização de novas regiões para expansão e gerenciamento por categoria e layout dos ambientes de compra.

Auxiliados por representantes de vendas, pesquisadores europeus testam como lojas e mercados poderão coexistir com a internet.

"O comércio deve considerar que os clientes querem a transparência que a comunicação em tempo real traz, assim como a facilitação dos diversos serviços que conhecem do comércio online." afirma, Gerrit Kahl, explicando a necessidade de as lojas iniciarem mudanças para adaptação ambiente mobile que toma conta do mundo.

Exemplos não faltam e vão desde o momento em que o consumidor pega um pacote de macarrão na prateleira do supermercado, onde um display mostra uma receita apropriada àquele tipo de massa, até uma luz verde que pisca logo ao lado, exatamente onde está o vinho tinto recomendado para a macarronada.

É com esta dinâmica  que trabalham os cientistas do Centro de Pesquisa de Inteligência Artificial, localizado na pequena cidade de Sankt Wenden, no estado alemão do Sarre. Lá eles criaram a "loja do futuro" ou retail lab (laboratório de varejo).

No caixa do supermercado modelo instalado por lá, não mais ocupado por um funcionário, um computador lê automaticamente os códigos de barra dos produtos na cesta de compras. O pagamento é feito simplesmente com a chave do carro, que está conectada com o cartão de crédito do consumidor. Ao deixar a loja, uma voz controlada por computador se despede: "Muito obrigado por sua compra, e até a próxima."

Concorrência com a internet

Parte dessa mudança é uma maior digitalização. Segundo estimativas, em breve os alemães estarão gastando na internet um de cada quatro euros. Com isso, cresce a pressão para que o comércio seja rápido e informativo.

Uma ferramenta para isso são as chamadas tags, etiquetas eletrônicas nos produtos que enviam informações ao setor de estoque sobre os artigos que estejam em falta. Além disso, através delas o cliente tem acesso imediato ao preço e outras informações sobre o produto.

Celular contra alergias – e pelos descontos

Muitos processos precisam ser "feitos sob medida" para o cliente que anda pelo supermercado munido do próprio smartphone ou tablet, observa Kahl. Além de acompanhar lá a lista de compras eletrônica, ao enquadrar os produtos e prateleiras com a câmera, ele visualiza na tela dados tanto sobre possíveis agentes alergênicos como sobre eventuais descontos.

"Sob medida para o cliente" é uma expressão-chave. Porém tamanha transparência também tem o seu preço: antes de obter todas essas informações, o consumidor tem que revelar muito sobre si. Ao se registrar com a impressão digital no carrinho de compras eletrônico, por exemplo, seu perfil é automaticamente carregado.

Questionado sobre eventuais críticas ao "cliente de vidro", o cientista Kahl reconhece que "naturalmente isso também é percebido de forma negativa". Mas o consumidor poderá decidir: ou ele disponibiliza seus dados pessoais e recebe as informações de valor agregado, ou não terá acesso a elas.

Clientes ainda são céticos

Aqui no Brasil, onde mesmo com a crise as vendas no comercio eletrônico cresceram 15% em relação ao ano passado nossa reportagem foi a um supermercado "de hoje" em Curitiba, Parana. As caixas são ocupadas por seres humanos e os clientes procuram seus produtos por conta própria, sem auxílio de nenhum dispositivo eletrônico. Dois dos dez entrevistados manipulava a lista em um smartphone. Oito estavam com a listinha de papel.  Indagados sobre os potenciais benefícios da loja "inteligente", muitos se mostram céticos.

Uma senhora, tirou a atenção da listinha de papel na seção de limpeza para falar com a gente e balançou a cabeça. "Não consigo imaginar o pagamento com o celular ou com as chaves… é, não consigo imaginar. Eu preferia que ficasse do jeito convencional."

Procuramos então um rapaz mais jovem, que comprava [itens para o escritório de advocacia onde trabalha. E ele se opõe radicalmente ao comércio digitalizado. " Quero poder perguntar: 'Onde está o produto X ou Y?' Eu simplesmente quero uma coisa pessoal."

Mais a frente uma jovem interrompe o dialogo com o especialista de plantão na seção de vinhos e comenta: "Estes vendedores sabem exatamente do que eu preciso. Nenhum display saberia me recomendar um bom vinho."

Apesar disso, os cientistas do centro de pesquisa em Sankt Wendel são unânimes: a digitalização é um caminho sem volta. Num de seus laboratórios, uma sala de estar simulada, os convivas sentados em volta da mesa de centro encomendam diretamente por um tablet superdimensional, assim que faltem bebidas.

A televisão também oferece opções: com um simples clique, o que é anunciado no comercial vai direto para a lista de compras digital. E com um óculos rift o cliente vai para o corredor da loja, naquilo que parece uma cena do filme “de volta para o futuro”.