Experiência de Marca

Tá ficando difícil. Última chance!

De tanto apertar a gente e achar que podem fazer dinheiro a nossas custas, e de tanto a gente deixar, algumas empresas e clientes agora estão pedindo absurdos novos.

Quem está nesse mercado há algum tempo tem percebido a degeneração dele, ocasionada por nossa falta de união por objetivos comuns.

Por um lado, são agências cheias de espertos, que aceitam tudo, dizem sim a tudo, que viram um jeito de ganhar grana de modo duvidoso, com argumento de quem não é profissional e não está nem aí para quem é. Exploram mesmo os seus profissionais e fazem qualquer coisa pra ganhar concorrências, aceitando coisas que podem mesmo colocar em risco vidas. Nivelam-se, portanto, por baixo.

Por outro, os clientes despreparados, júniores, alguns idiotas mesmo, desconhecedores do que é a atividade de marketing promocional e seus requisitos básicos de atuação (imaginem o live marketing que é mais amplo no conceito e no conteúdo), tomando toda e qualquer atitude nociva a seus trabalhos (ingênuos que são, pois estão empresa, não são empresa.), em muito guiados pelos péssimos exemplos dados pelas agências e profissionais dos quais falei acima, na busca de descontos e ganhos, esquecendo de suas marcas e produtos.

De tanto apertar a gente e achar que podem fazer dinheiro a nossas custas, e de tanto a gente deixar, algumas empresas e clientes agora estão pedindo absurdos novos como: usar os equipamentos seus nos eventos no lugar dos orçados, substituir profissionais específicos nos eventos por profissionais seus, colocar amigos e conhecidos como show ou atividade (às vezes, também os artistas são funcionários, eu hein!), retirar o fee da planilha, levar o pessoal que faz o almoço da empresa para fazer o bufê dos eventos, dentre outras pérolas menos cotadas. E tudo isso para… economizar. Ah!… entendi.

Huummm. E aí, de quem será a responsabilidade se a TV pifar ou não se adaptar à tecnologia que dela se precisa? E se a recepcionista que trabalha na empresa não chegar no horário no evento ou desaparecer na hora do almoço, ou não aguentar o rojão? Se o som da banda amiga for uma porcaria e ela só quiser tocar seu repertório autoral? Ah!, e se a comida for horrível e você só souber na hora porque não teve degustação…? E quem vai gerenciar isso de graça? Ah!, alguém do cliente? Não? Ah!, já sei. As agências baratinhas, né. São elas que dizem aos cliente: Isso é mole pra nós…. Deixa com a gente… Eles tão te cobrando um absurdo…. Sem problemas.

E quando der “caca” (não usei a palavra certa, que começa por “m” pra não chocar)? O cliente vai assumir que foi ele quem mandou ser assim? Não, né. A ideia que vai ficar para quem ver a “coisa feder” é que as agências é que são ruins, que contratar agências não resolve, que nas agências não tem gente competente. Vejam. Eu disse as agências. Sobra para todo mundo meu irmão.

O que eu falei há algum tempo aqui que aconteceria está, de fato, ocorrendo. O nosso silêncio às barbaridades dos clientes e a atuação das agências medíocres, de fundo de quintal, que, no objetivo de ocupar espaço, vendem facilidades que só são percebidas como mentirosas e nocivas quando morre alguém num evento ou dá uma tremenda “cagada”, o que, graças a Deus por um lado e infelizmente por outro, não acontece regularmente, estão colocando na cabeça do cliente que se apertar a gente cede, porque o que essas agências cobram dá a impressão que a gente rouba nos orçamentos e não que nossos custos é que são os reais e devidos por contemplarem o que tem que ser feito de fato.

Aí, dirão os apólogos dos coitadinhos: “Mas a gente tem que trabalhar, né?”.

Quem tem que trabalhar? Profissionais de segunda que nada entendem do que fazem? Agências sem estrutura que funcionam na casa do dono, sem custo agregado de infraestrutura, sem calcular time shit, e, portanto com um custo competitivo, mas sem resguardo ou garantia para o contratante? Tem que trabalhar a custa do fechamento de portas e do aviltamento do mercado? É isso?

Quando abriram as portas dos custos sem parar fecharam as portas de agências que queriam trabalhar de maneira correta. Tenho visto, com tristeza, agências sérias fecharem ou passarem por terríveis problemas por conta desse tipo de gente e suas atitudes.

Ora, quem tem que trabalhar são os profissionais, remunerados condignamente. Mas eu pergunto quem consegue isso sendo desvalorizado?

A criação virou coisa de segunda nas agências, porque as agências de que falo acima não têm criação e as medíocres tiram logo esse custo, como se criação não fosse, e não desse, trabalho, pra “viabilizar” a planilha. Resultado: demissões em peso na criação de algumas agências. Isso sem falar que, cada vez que a nossa “calça baixa” mais a gente expõe o bumbum e aí os produtores é que ganham menos e trabalham mais, sem falar nos planner e atendimentos que estão sumindo das agências.

A omissão e irresponsabilidade de alguns nos levará de volta à linha, pra baixo dela, voltaremos a ser fornecedores e não agências. E isso interessa a quem? Pensem bem.

A quem se coloca como agência de verdade e vende inteligência e não TVs, gente, shows, comida, etc. A quem tem criação e vende ideias que mudam tudo, planners que desenvolvem projetos, considerando a empresa, a marca e os produtos, e, por fim, produtores de primeira a gerenciar projetos.

Muitos de vocês, em suas agências, já vinham fazendo isso, mas, por conta de muito do que estou falando nesse texto, dos clientes e das tais agências de fundo de quintal, estão pagando um preço alto por tentar ser AGÊNCIAS DE LIVE MARKETING com toda grandeza profissional que esse nome exige.

Esse meu texto, embora com o sugestivo título de “Tá ficando difícil” é um alerta final. O Congresso Brasileiro de Live Marketing vai transformar-nos em Sindicato, vai levantar discussões sérias com os clientes, que lá estarão, e muita coisa vai mudar. Muita mesmo. Resta saber para quem.

Aos que quiserem continuar nessa de baixar o preço e as calças: feliz above pra vocês. Aos que preferem o profissionalismo e respeitam o seu trabalho, com grandes, médias ou pequenas estruturas enxutas, cobrando valores condizentes com elas, mas conscientes do que fazemos e devemos entregar. Um convite e uma frase sugestiva:

Convido-os a nos impor como profissionais de um mercado promissor e que merece respeito e a pensar como o Oliva, toda vez que quiserem nos colocar para baixo: “ Above é pqp.”