Experiência de Marca

Que promocitários as universidades estão formando?

São raros os cursos que procuram entender a real necessidade do mercado e, a partir disso, se atualizar no sentido de oferecer aos seus alunos um curso capaz de formá-los, efetivamente, para ele.

Um dos graves problemas na formação de criativos para o mercado de marketing promocional é o fato de as universidades brasileiras não estarem nem um pouco afinadas às necessidades do mercado de trabalho de comunicação como um todo, quanto mais para formar criativos “promocitários“.

São raros os cursos que procuram entender a real necessidade do mercado e, a partir disso, se atualizar no sentido de oferecer aos seus alunos um curso capaz de formá-los, efetivamente, para ele. Isso explica porque, por exemplo, são formados tantos profissionais nos cursos de Comunicação para Publicidade e Propaganda todo ano, e tão poucos, cada vez menos, conseguirem um simples estágio, quanto mais vagas de trabalho em agências.

Primeiro, as agências já não se chamam mais agências de publicidade. Adotaram, sabiamente, o “sobrenome” comunicação, no afã óbvio de conquistar um cliente cada vez mais consciente de suas necessidades de… tchan, tchan, tchan… comunicação. Portanto, criam, hoje, mais que anúncios, spots, comerciais, criam para todas as ferramentas que pede a comunicação iIntegrada, ou então fecham. Mas os alunos sabem disso?

Ninguém precisa mais do tal redator das grandes sacadas e títulos superdescolados ou do diretor de arte que faça o layout equilibrado, clean, com aquela fonte serifada maneira. E, por incrível que pareça, esse filme já não é novo.

Os grandes criativos de Ccomunicação, foram forjados fora das universidades de Comunicação, sem os bloqueios conceituais puristas. Delano D’Avila, o Petit, o Marcos Silveira, o Nizan, o Lula Vieira, e tantas outras feras são bons porque aprenderam criando “rafiando”, no brainstorm, no conceito, na ideia, no texto, lendo, estudando as verdadeiras necessidades das pessoas no seu dia-a-dia, nas ruas. São redatores de verdade pela cultura que adquiriram, são diretores de arte geniais porque são designers das cores e formas da vida.

Mas qual deles deu, ou dá, aula na sua Faculdade? Pois é, em marketing promocional está acontecendo a mesma coisa. Temos grandes criativos, e aqui não falo apenas de redatores e designers não, falo de gente criativa que pensa criativamente, como o Kito Mansano, o Alemão, o Rafael Urbach, o Cesar Lobo, o Simas, a Tatiana Palladino, o Alan James, o Rafael Liporace, o Zé Luis, alguns eu nem conheço pessoalmente, mas acompanho o trabalho, e tantos outros que vou acabar esquecendo.

O conhecimento das Universidades é importante sim, mas se não se conhece as reais necessidades do mercado, se não se ouve os caras que dão certo nele, se não se chama a Ampro para um encontro, não se lê o Promoview para conhecer tudo sobre marketing promocional, se não se promovem discussões sobre o currículo. Quantos bons “promocitários” vamos colocar no mercado?

Não sou dono da verdade, mas se alguém pode discordar totalmente de mim, que o faça. Mas se vier com academicismo em profusão eu vou ter que dizer:

Pode parar, porque se for assim, prefiro ser “promocitário” do meu jeito e seguir em frente.