Experiência de Marca

Poços de Caldas se transformou na cidade do DKW

O encontro, que teve o apoio da Audi, e é o segundo mais importante do mundo – perde apenas para o da Alemanha -, contou com a participação de entusiastas e carros vindos de várias partes do País.

Terminou no último domingo (31/09), em Poços de Caldas, a 12ª edição do Blue Cloud – nuvem azul, em alusão à fumaça produzida pelos motores de dois tempos -, evento que reuniu cerca de 120 modelos da DKW.

Além dos vários sedã Belcar e peruas Vemaguet, o evento contou com tesouros como jipes Candango, cupês Fissore, um esportivo GT Malozini e até uma raríssima motocicleta alemã feita em 1938.

O encontro, que teve o apoio da Audi, e é o segundo mais importante do mundo – perde apenas para o da Alemanha -, contou com a participação de entusiastas e carros vindos de várias partes do País. Entre os veículos que foram expostos, destaque para uma perua 1967, que era usada como táxi e veio rodando de Recife até a cidade mineira – são mais de 2.500 km.

Fotos: Tião Oliveira/Estadão.
Acima e abaixo, modelos Belcar. Portas do tipo suicida estão entre os destaques.
Acima e abaixo, modelos Belcar. Portas do tipo suicida estão entre os destaques.

belcar-2

Um grupo de fãs da marca, vindos de Curitiba, trouxe cinco carros – dois Puma DKW e três Belcar, além da moto, o único veículo que não veio rodando. “São cerca de 600 km, mas a viagem foi tranquila,”, afirma o engenheiro mecânico Álvaro Natel, dono de um dos Puma.

Vários modelos de Candango marcaram presença no evento.
Vários modelos de Candango marcaram presença no evento.

candango-de-farda

Sócio do Clube do Puma, ele conta que foram feitos apenas 121 unidades do modelo com mecânica DKW em 1967. “Eu e mais dois amigos restauramos três carros ao mesmo tempo.”, afirma. Para isso, eles compraram outros cinco DKW, como sedãs e peruas, que serviram de “doadores” de peças.

Natel estava de olho no GT Malzoni verde exposto no evento. De acordo com ele, o carro, que teve apenas 43 unidades produzidas em 1966, é vendido atualmente por cerca de R$ 120 mil. “O preço é uma questão relativa. Para mim, não se trata de negócio, mas de hobby.”

História

Em 1932, a junção de DKW, Audi, Horch e Wanderer formou a Auto Union na Alemanha. Assim surgiu o símbolo das quatro argolas, utilizado ainda hoje nos carros da Audi, marca que apoia o evento e cujo primeiro modelo moderno, da década de 1960, derivou do DKW F 102.

Em 1967, o grupo foi comprado pela Volkswagen, que estuda voltar a usar o nome Auto Union para identificar suas operações globais.

Primeira marca de automóveis feita no Brasil, a DKW chegou em 1956 por iniciativa da Veículos e Máquinas Agrícolas. A Vemag produziu até 1967, sob licença, os modelos Belcar, Vemaguet, Candango e Fissore, além do esportivo GT Malzoni.

Os aspectos que mais chamavam a atenção nos carros da marca à época eram a tração dianteira e o motor de dois tempos, que queima óleo juntamente com a gasolina, gerando uma inconfundível fumaça azulada – daí surgiu o termo Blue Cloud. Até então, predominavam no mercado brasileiro os modelos com tração traseira e motores de quatro tempos.

O fim da produção local ocorreu logo após a compra da Auto Union pela Volkswagen, que deu origem aos primeiros carros da DKW com tração dianteira.

Confira mais fotos da 12ª edição do Blue Cloud.

dkw-puma-67 fissore-e-candango Fissore-traseira gt-malzoni moto-com-puma natel-puma-gt-malzoni perua-vemaguete Simbolo-Auto-Union-noticia taxi-vemaguete vemaguete

Por Tião Oliveira/Estadão.