Uma histórica piscina art-deco de Paris, onde o biquíni circulou pela primeira vez na história da humanidade em 1946, reabriu as suas portas após 25 anos. A diferença é que aquele que um dia foi um clube popular, hoje virou hotel e spa de luxo.
Pela módica quantida de 180 Euros por dia, apenas os mais nobres parisienses e seletos visitantes poderão se divertir e mergulhar nas icônicas piscinas de Molitor onde a dançarina francesa Micheline Bernardini exibiu as duas peças de praia em seguida ao final da 2ª Guerra Mundial.
Foto: Arquivo de Paris.
Mas a história de Molitor, assim como quase tudo em Paris, tem mais contornos do que apenas este. A piscina construída, há mais de 100 anos, fazia parte do complexo de piscinas públicas de Paris, muito utilizadas pelos parisienses.
Até a Segunda Guerra, lá era o lugar para ver e ser visto na cidade luz. Por alguns invernos, quando não era possível usar a piscina descoberta, até pista de patinação no gelo virou. Em 1946 o lançamento do biquíni tornou-a mundialmente famosa, mas a partir de 1969 entrou em decadência.
Dos anos 1990 para cá ela deixou de ser piscina e foi ocupada por grafiteiros, que deixaram a sua marca durante os últimos 25 anos.
Por ser um espaço muito tradicional na cidade, a rede Accor comprou-o recentemente e resolveu restaurá-lo, dando novamente a sua forma original. Agora, com um novo status, e acessível apenas para membros. Para se associar, a joia custa 1.200 euros e a anuidade 3.300 euros. De acordo com o jornal Le Figaro, a piscina abrirá ainda algumas vezes por semana para receber crianças de escolas locais.
A reforma custou vários milhões de Euros e conta com 124 quartos, uma academia, um spa e um restaurante. O lobby tem em exposição um Rolls Royce, que pertenceu à lenda do futebol francês Eric Cantona, e foi grafitado pelo street artista Jon One, antes de ser leiloado. O valor do leilão foi doado a uma instituição e o carro, agora, ficará no Molitor, como uma espécie de resquício histórico à época que precedeu a reformulação.