Experiência de Marca

Páscoa - por Célio Pezza

Existem muitos que veem nesta data a comemoração do impulso do ser humano para uma condição nova e cheia de esperanças, apesar de desconhecida.

Célio Pezza*

Aqui no Brasil a Páscoa está associada à ressurreição de Cristo, porém se prestarmos atenção, veremos que a última ceia de Jesus com seus discípulos foi uma celebração da Páscoa, ou seja, ela já existia bem antes de sua morte e ressurreição. Enganam-se aqueles que acham que a origem da Páscoa é na ressurreição de Jesus. A data da comemoração cristã foi definida durante o Concílio de Nicéia, em 325 D.C., como sendo o primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da Primavera, que acontece em 21 de março no Hemisfério Norte.

A Páscoa já existia bem antes de Cristo na tradição judaica e era chamada Pessach. Nesta data os judeus comemoravam o êxodo ou a fuga do Egito e tinha o significado de libertação, ou seja, a passagem da escravidão no Egito para a liberdade, comandados por Moisés conforme mostrado no livro do Êxodo. Na tradição judaica a célebre passagem pelo Mar Vermelho passou a ser comemorada como a Páscoa na primeira noite de lua cheia da Primavera.

Na Páscoa judaica existem três elementos principais que são lembrados e passados de geração a geração durante a ceia pascal: o simbolismo do cordeiro pascal (pesah), para lembrar o dia em que Deus feriu a todos os primogênitos egípcios e poupou aos israelitas que tinham marcado suas portas com sangue de cordeiro; os pães ázimos (matsah), para lembrar a falta de tempo para fermentar os pães na fuga do Egito e as ervas amargas (maror), para lembrar as amarguras e os sofrimentos durante o período de escravidão.

Voltando no tempo, vamos encontrar as festas pagãs dos gregos, romanos e celtas, onde era reverenciada a deusa da primavera Ostera, que é simbolizada segurando um ovo e observando um coelho ao seu lado, onde o ovo simboliza o nascimento e o coelho a fertilidade. Esta festa era comemorada no equinócio da primavera, quando a fertilidade da terra reinicia seu ciclo após o inverno. Ostera simboliza o renascimento da terra e seus rituais estão relacionados à fertilidade. O termo “pagão” vem do termo latino “paganus”, que significa “aquele que vive no campo”.

A Páscoa atualmente passou a ser mais uma festa comercial que intensifica o turismo devido aos feriados e o consumo de peixes e chocolates. Suas verdadeiras origens estão mais perdidas a cada ano que passa, mas felizmente existem muitos que esperam um novo tempo e a possibilidade de uma mudança para melhor.

Existem muitos que veem nesta data a comemoração do impulso do ser humano para uma condição nova e cheia de esperanças, apesar de desconhecida. Uma verdadeira celebração da passagem do ser humano para outra realidade com muito mais conhecimento, paz e respeito pela vida.

A estes em especial, uma boa Páscoa!

*Célio Pezza é escritor com formação acadêmica em Química e Administração de Empresas.