Experiência de Marca

<!--:pt-->O vírus da liquidação<!--:-->

Assistir pessoas efetivando compras em uma liquidação é um fenômeno admirável. Qual frenesi coletivo, grupos se mobilizam para pontos de venda em busca de consumir não só os produtos que são ofertados como também a experiência de participar de um flash mob da mais alta magnitude (possivelmente 8, na escala Hichter).Assistir pessoas efetivando compras em uma liquidação é um fenômeno admirável. Qual frenesi coletivo, grupos se mobilizam para pontos de venda em busca de consumir não só os produtos que são ofertados como também a experiência de participar de um flash mob da mais alta magnitude (possivelmente 8, na escala Hichter).Assistir pessoas efetivando compras em uma liquidação é um fenômeno admirável. Qual frenesi coletivo, grupos se mobilizam para pontos de venda em busca de consumir não só os produtos que são ofertados como também a experiência de participar de um flash mob da mais alta magnitude (possivelmente 8, na escala Hichter).

Marina Pechlivanis*

O consumo, fenômeno sensorial e cognitivo, opera na atualidade como um potente agenciador de “estados de espírito” e não apenas de estilos de vida e estilos mentais. (Arthur Kroker e David Cook, 1991).

Assistir pessoas efetivando compras em uma liquidação é um fenômeno admirável. Qual frenesi coletivo, grupos se mobilizam para pontos de venda em busca de consumir não só os produtos que são ofertados como também a experiência de participar de um flash mob da mais alta magnitude (possivelmente 8, na escala Hichter).

Digo flash mob pois, estimuladas por um cartaz, um anúncio, um e-mail, um boca-a-boca, milhares se mobilizam e efetivam sua performance no local, data e horário combinados.

Parece insano.

Mas acompanhe os vídeos abaixo (alguns, das centenas disponíveis no You Tube) e acompanhe as manadas consumistas que (eu, tu, eles) todos somos passíveis de (não, não se isente! Não cuspa para cima!) enfrentar.

Primeiro, a liquidação de Thanks Giving 2007 da Macy’s e a multidão desesperada para gastar (economizar?) dinheiro:

Agora, experimente a liquidação de verão 2008 da Harrods com a presença de Kim Cattrall e com toda a pompa que a realeza permite:

E este vídeo promocional do IKEA, que leva uma consumidora à loucura, digna de internação psiquiátrica?

Ora, ora, não precisa ir tão longe. Que tal uma liquidação de verdade aqui pertinho, que dura “só um dia, só hoje, é só no Ponto Frio”? Quer saber o que você ganha com isso? Confira:

Segundo notícia de 10/01/10, um milhão de consumidores passaram na data programada pelas 455 unidades da loja em dez Estados brasileiros e no Distrito Federal gerando a comercialização de quase 300 mil itens em um único dia.

http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=notas&id=27927

É bem verdade que em qualquer lugar do planeta existe o efeito “Mappin, venha correndo Mappin”. Em parte (e não cabe neste espaço virtual um tratado psicossociocultural) por um vício de sentir bem comprando (e achando que se está levando alguma vantagem) gerado entre outros pelo neurotransmissor dopamina http://www.dailymotion.com/video/x88d7n_dopamina-memoria-de-trabajo-y-esqui_school

– Importante regulador de fluxos de informações no cérebro, assim como a serotonina. Pesquisas indicam que uma decisão de compra é efetivada em 2,5 segundos. Uma vez adquirido o produto, é desencadeada uma explosão de bem-estar emocional que invade o corpo todo; uma sensação de prazer e recompensa que dribla a chamada lógica do consumo. E, criaturas de hábitos que somos, acabamos por ritualizar certos comportamentos que nos trazem a certeza de como começam e terminam, evitando surpresas desagradáveis. Como fazer comprinhas!; muito mais um impulso que uma decisão consciente de sanar necessidades maslownianas.

Mais de 8% dos americanos sofrem de compulsão fora de controle para compras…. Para os britânicos, proporções também alarmantes: um quarto do total se diz viciado. Já 20% das alemãs têm desejo insaciável para comprar alguma coisa o tempo todo ­e 52% confirmam que fazer compras é mais agradável que sexo.

Não bastasse, para além das lojas físicas, existe todo um universo virtual de consumo para se analisar, com seus shoppaholics viciados também em internet…

Faz parte desse grupo?

Preste atenção na máxima: lojas liquidam seus produtos, e você liquida seu dinheiro.

Nunca pegou esse vírus?

Oras, não diga “dessa água não beberei”.

Afinal, quem é que sabe que liquidação o mercado nos trará amanhã?

Marina Pechlivanis é socia-diretora da Umbigo do Mundo, Mestre em Comunicação e Consumo pela ESPM e integante do GEA (Grupo de Estudos Acadêmicos) da AMPRO. Palestrou no Festival de Cannes/Promo Lions 2008 lançando o conceito “Gifting”, e é coautora do livro “Gifting” (Campus Elsevier/2009).
Marina Pechlivanis é socia-diretora da Umbigo do Mundo, Mestre em Comunicação e Consumo pela ESPM e integante do GEA (Grupo de Estudos Acadêmicos) da AMPRO. Palestrou no Festival de Cannes/Promo Lions 2008 lançando o conceito “Gifting”, e é coautora do livro “Gifting” (Campus Elsevier/2009).