Experiência de Marca

O que é preciso aprender com as grandes campanhas?

Como levamos estes aprendizados para 'dentro de casa', na hora de criar uma ação inovadora para nossos clientes ou para as nossas próprias marcas, quando o budget (e/ou a percepção) de quem aprova tais ideias são limitados?

Diariamente lemos notícias sobre as grandes marcas e suas maravilhosas ações promocionais: guerrilhas, ativações com gente famosa, campanhas online com milhares de novos fãs e mil possíveis insights de marketing e comunicação. Inspira vermos grandes evoluções tecnológicas impactando diretamente o relacionamento entre marcas e pessoas e não são raras as vezes que nos perguntamos: por que eu não pensei nisso antes?

Infelizmente a realidade não é tão simples quanto o entendimento das espetaculares ações. Como levamos estes aprendizados para ‘dentro de casa’, na hora de criar uma ação inovadora para nossos clientes ou para as nossas próprias marcas, quando o budget (e/ou a percepção) de quem aprova tais ideias são limitados?

1. Assuma-se como seu próprio embaixador.

“Saímos da Era do agir e medir para a Era do ouvir e responder.”
Paul Kemp, Contagious

Nem toda a ação grandiosa é um fenômeno de resultados. Não adianta contratar um super embaixador de marca se os consumidores reclamam e não são ouvidos, se não existe diálogo, se não há satisfação comprovada.

As grandes ações realizadas no mercado refletem o ‘estado da arte’ da comunicação naquele dado momento; em muitos casos devem servir de inspiração para o presente e para o futuro. Se você ainda não fez o tema de casa, ou seja ouvir e comunicar com os clientes, seguidores e fãs, está na hora de começar. Somente depois de ser o seu próprio embaixador é que estará pronto para eleger o seu próximo porta-voz promocional.

2. Não adianta varrer a sujeira para debaixo do tapete.

“O problema não são as mudanças climáticas. O problema são os pensamentos medíocres dos seres humanos. E este problema torna-se ainda mais alarmante, pois ninguém se dá conta disso.”
Sir Edward de Bono, Consultor

Pensar no meio ambiente e no impacto que a distribuição indiscriminada de papéis e materiais oferece é um passo fundamental para quem quer ter retorno não apenas no curto, mas no longo prazo. Mais cedo ou mais tarde, alguém levanta o tapete… e a sujeira está todinha lá, um perigo iminente para a reputação de qualquer marca!

Já passou da hora de nos comprometermos com o mundo à nossa volta da mesma forma que nos comprometemos com nossos clientes. Chega de discurso, vamos à prática.

Dependendo do seu target, uma ação online traz mais resultados, menos desperdício e um mínimo impacto no ambiente. Se são prospects com um perfil mais offline, vamos com as pessoas: treinar bons promotores, estimular a comunicação face to face e ir onde o cliente está significa não apenas melhores resultados mas também investimento em responsabilidade social. Qualificar promotores para uma ação é qualificar o mercado.

Dinheiro não é pressuposto para pensarmos no meio ambiente e nas pessoas a nossa volta. É pressuposto, sim, o esforço criativo.

3. O cliente tem razão. Aproprie-se deste argumento.

“É necessario migrar da concepção de Marketing 360 graus para Marketing 365 dias por ano.”
Jess Greenwood, Contagious

Criticar é ótimo. Todo mundo tem uma opinião. Mais quais os seus fundamentos? Mais do que isso: qual a sua sugestão de mudança?

Criticar é fácil se compararmos este com o verbo executar. E criticar é ainda mais fácil quando se tratam de verbas públicas. Se não podemos mudar a realidade, que tal nos apropriarmos dela para fazer uma nova ativação? Assuma seu direito enquanto cliente e faça uso do seu dever enquanto cidadão de pensar no que poderá fazer de diferente por um grupo de pessoas ou por bairro, uma cidade, um país.

4. Lembre-se: social também tem a ver com responsabilidade, não apenas com redes.

“A tecnologia amplifica a criatividade através da criação de conteúdo, da sua distribuição e da experiência que este conteúdo gera para as pessoas.”
Marc Landsberg, CEO, MRM Worldwide

Se observarmos, muito do que as grandes marcas têm feito massivamente é associar ações de responsabilidade social à ações de ativação. Muitas trocam ‘moedas’ sociais, como o engajamento, por dinheiro para instituições. Mas há inúmeras que dão visibilidade a causas do cotidiano. Isso não custa dinheiro, mas custa um envolvimento sincero com o social – o social da responsabilidade social que parece ter sido um pouco abafado nos últimos tempos pela febre das redes sociais…

Uma notícia recentemente veiculada pelo Promoview falava da implantação de internet grátis em ônibus na Bahia. Uma reflexão social interessante foi feita sobre o tema: para que investir em internet nos ônibus quando as pessoas não têm sequer segurança para andar com um smartphone em transportes públicos no Brasil? Apenas este argumento, muito bem colocado, valeria (ou talvez até valerá…) ou outro artigo.

Em situações como esta, cabe a nós, profissionais de marketing e comunicação, pensar no impacto destas e outras melhorias na vida das pessoas: se temos o ambiente montado para ser utilizado, por que não pensar numa forma de ‘desconstruir’ esta insegurança e buscar meios de ‘deselitizar’ este acesso?

Há muito sendo feito por grandes empresas no Brasil. É uma questão de tempo vermos smartphones inseridos em todas as camadas sociais. O que o seu cliente tem a ver com isso e como pode se beneficiar deste acesso? #pensenisso

Ariane Feijó publica diariamente no Canal Mundo do Promoview