Marina Pechlivanis*
“O que vale é a intenção: dádiva, valor e sentimento. As histórias sobre dádivas são repletas de referências a sentimentos suscitados pela troca de presentes. (…) A expressão de afetos pode se valer de diversas dimensões das trocas, como o esforço e o tempo despendidos na obtenção do objeto ofertado, o modo e a ocasião de dá-lo, seu valor monetário… ” (Maria Claudia Coelho, O valor das Intenções – FGV Editora, 2006).
Podem ser meus olhos, mas o gifting está por toda parte. Ontem abri uma revista Vogue e recebi um Vogue Gift Card da Animale no valor de R$ 80,00.
Pesquisando um equipamento na web deparei-me com a notícia Kindle Gifting, pois o equipamento agora pode receber livros de presente. Sem contar que é o “most-gifted Product da Amazon”.
Bem, pelos caminhos que a web nos leva, fui parar numa página chamada Apple Gifting. Tem iTunes Gift Card, para ações promocionais, de incentivo, de treinamento… E tem mensagem personalizada e embalagem para presente também, com serviço de delivery, na loja on-line.
Na sala, a caixa de pizza de ontem, com a promoção juntou, ganhou da “Pizzaria 1900”: a cada dez cupons, ganhe uma pizza. No banheiro, um sabonete líquido Palmolive que veio com esponja grátis. Na cozinha, um Guaraná Antartica pague dois litros e leve 2,5 litros. Ah! As almofadas FOM da promoção do Personalité Visa estão espalhadas pela casa.
A Revista Recreio das crianças sempre vem com um bonequinho colecionável — faça as contas do volume: são uns cinco anos de assinatura…
Na mesa de jantar, um convite da Tiffany para realizar uma compra e ter acesso às caixinhas azuis penduradas na árvore de Natal, valendo jóias especiais. Logo ao lado, uma caixa da AlShop com um convite para a NRF contendo uma camiseta “I love NY”. No escritório, em minha mesa de trabalho, a nova edição da Revista Comunicação, Mídia e Consumo, sobre Comunicação e Educação que ganhei da ESPM. No chão, as bags que recebi do Mackenzie no HSM ExpoManagment e da Citroën no Salão do Automóvel. E tem mais, muito mais se eu abrir os armários, olhar bem nas gavetas, ligar a TV, folhear os jornais…
Sem contar os benefícios, descontos, promoções, experiências…
Dê uma olhada ao seu redor.
Viu quanta oportunidade? Quanto objeto? Quanta presença no universo particular dos consumidores, seja lá de que classe social for?
Então, entre para o clube do gifting — um bom negócio!
Pense gifting, fique gifting.
