Experiência de Marca

Mercado de eventos no Brasil: o que esperar em 2015?

Em um ano que está dando sinais de estagnação para o setor devido ao pouco volume de grandes eventos, quais serão as tendências que os profissionais deverão seguir para passar por esse período entre Copa do Mundo e Olimpíadas sem perder a energia?

Depois da passagem da Copa do Mundo pelo Brasil, uma pergunta não sai da cabeça dos profissionais do mercado de eventos. O que esperar para 2015?

Em um ano que está dando sinais de estagnação para o setor devido ao pouco volume de grandes eventos, quais serão as tendências que os profissionais deverão seguir para passar por esse período entre Copa do Mundo e Olimpíadas sem perder a energia?

Segundo o Dimensionamento Econômico da indústria de Eventos – 2013 do Brasil, lançado em setembro de 2014, e realizado pela Abeoc Brasil, em parceria com o Sebrae, o mercado de eventos no Brasil está em expansão e cresce por volta de 14% ao ano.

Foto: Divulgação.

abav

Para Marcelo Vital Brazil, presidente do Conselho de Administração da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), apesar do País estar expandindo aos poucos esse mercado, no geral, o cenário de promoção de eventos é positivo.

“O Brasil está crescendo pouco, mas fazemos uma análise positiva do setor de feiras de negócios levando em consideração todas as variáveis. Evidentemente uma das mais importantes é a projeção dos resultados da economia mundial, totalmente dependente do comércio varejista e da prestação de serviços para escoar a produção. Movimentar o varejo e a prestação de serviços está na natureza das feiras.”, afirma o executivo.

O Sudeste responde pela maior parte do mercado, com a realização de 305.720 eventos (52%), seguido pelo Nordeste, com 116.362 (20%), Sul, com 88.420 (15%), Centro-Oeste, com 54.698 (9%), e Norte, com 25.721 (4%).

Os dados mostram que, apesar do Sudoeste ainda representar mais da metade dos eventos realizados por ano, outras regiões do País estão começando a expandir sua atuação na área.

Por conta disso, uma das tendências para o mercado é a valorização de pequenos e médios eventos. O investimento nesse segmento permite que as empresas e agências explorem outras abordagens pois, devido ao tamanho do encontro, é possível investir em estratégias personalizadas para vender espaços, angariar público, e até mesmo divulgar o próprio evento.

Mesmo sendo de menor porte, são neles que os profissionais podem mostrar o profissionalismo de seu trabalho. “A gente não pode mais ser amador nesse mercado. Esse mercado é técnico, profissional, então nós formamos os profissionais.”, afirma o especialista em live marketing, Tony Coelho.

Esse crescimento no volume de pequenos eventos se dá por conta da ampliação de procura de palcos para negócios de setores antes sem preocupação em divulgar suas tendências em uma feira ou exposição.

Renato Brenner Machado superintendente do Partage Shopping Rio Grande, que promoveu a primeira Feira de Franquias Partage Experience no Rio Grande do Sul que reuniu 24 marcas.
Renato Brenner Machado, superintendente do Partage Shopping Rio Grande, promoveu a primeira Feira de Franquias Partage Experience no Rio Grande do Sul que reuniu 24 marcas.

Segundo o presidente da Ubrafe, esse interesse por parte de outros seguimentos é essencial para o crescimento dos mesmos. “Um setor da economia que não esteja representado por uma feira de sua área de produção perde em divulgação, oportunidade de negócios, eficácia e abrangência.”, afirma Marcelo.

Para se ter uma ideia da proporção do volume de pequenos eventos para 2015, somente em Curitiba, o CCVB estima que, em 2015, a Capital paranaense irá superar 300 eventos técnico-científicos e comerciais em seu calendário segmentado.

Mais de 320 mil pessoas devem participar de congressos, simpósios e feiras na cidade. Destes, 128 mil deverão ser turistas da área de negócios. Entre gastos gerais em hospedagem, alimentação, transporte e compras, os eventos injetarão quase R$ 168 milhões na economia local.

Outra tendência para o mercado em 2015 é a personalização de eventos, ou seja, feiras de negócios e exposições criadas especialmente para determinados grupos. Se antes uma feira de turismo, por exemplo, bastava para apresentar as tendências do setor, hoje são necessários encontros específicos para o turismo religioso, de aventura, doméstico, entre outros.

Um exemplo disso são os eventos dedicados a setores como pesca esportiva, gospel, equinos, e franquias que nos últimos anos têm focado em grupos cada vez mais regionais, oferecendo assim um evento diferenciado.

Seguindo a linha de personalização, outra tendência é a interação entre clientes e expositores. Com o avanço tecnológico é impossível não pensar em novas maneiras do público interagir com as empresas e marcas presentes em feiras e exposições.  De um simples aplicativo, até sofisticados painéis e estandes conectados às redes sociais, vale tudo na hora de propor uma nova experiência para o consumidor.

A era de informação exige que todos os mercados se adaptem, inclusive o de eventos. Ao oferecer um espaço diferente e interativo ao participante, a feira ou exposição está conquistando muito mais do que um simples fã, mas um multiplicador de opinião que tem grande poder na hora de amplificar a imagem de uma empresa ou marca.

Foto: Divulgação.
Estande da Peugeot no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2014.
Estande da Peugeot no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2014.

Segundo Julcio Torres, da Agência Esfera, 2015 será marcado justamente por essa tendência. “Os eventos que elaboramos para nossos clientes neste ano levam a marca da interatividade e da experiência como valores agregados e cada vez mais residual pós evento.”

Outro ponto que os promotores de eventos devem dar mais atenção nesse ano é na divulgação, principalmente por meio das redes sociais, que também se mostram outra tendência para o setor.

Facebook, Instagram e Twitter são algumas das plataformas que os organizadores podem utilizar para divulgar o evento que estão produzindo. O diferencial dessas ferramentas é o alcance que as ações podem ter.

Ao contrário de uma ativação local, as realizadas no âmbito on-line podem atingir consumidores de todo o mundo. Para isso basta um bom trabalho de social media é uma boa estratégia. Nesse sentido, vale apostar no marketing digital.

Além disso, como já foi citado acima, uma das tendências do mercado para 2015 é a interatividade, então vale apostar na interação nó só durante o evento, mas também na divulgação do mesmo.

“Sem dúvida o marketing em qualquer situação é a ferramenta mais importante na promoção dos negócios e para uma feira é fundamental, posto que a comunicação tem que ser feita objetivando as duas pontas do relacionamento, tanto para quem vende, quanto para quem compra – expositores e visitantes. Somente com uma área de marketing muito bem estruturada, com objetivos e foco bem ajustados para estas ações é que o sucesso será alcançado.”, comenta o presidente da Ubrafe.

Aqui, para que o plano de divulgação de certo – independente se ele será focado no marketing promocional ou digital  – a principal regra é o planejamento, pois sem ele nenhuma promoção de eventos terá sucesso.

“O ideal é dedicar o tempo que for necessário ao planejamento. O tempo não precisa ser contado e nem estipulado, a eficácia dos resultados sim que tem que ser medida o tempo todo. Claro que não existe um único desafio, mas um conjunto de habilidades para vencer todos os desafios.”, complementa Marcelo.

O que se pode esperar de 2015 é um ano de muitos desafios, tanto para o mercado em geral mas para cada empresa promotora de eventos. O segredo para ” sobreviver” a um ano pós-Copa do Mundo e pré-Olimpíadas nada mais é do que se adaptar. Ver na crise uma oportunidade, ficar atento às tendências, e, principalmente, dar aos consumidores o que eles querem.

Por Camile Kogus/Promoview.