Experiência de Marca

Viral: Como disseminar essa epidemia digital

Camila Porto de Camargo, chefe de comunicação na Promovaweb Marketing Digital, e que trabalha com treinamento em mídias sociais fala sobre o assunto ao Promoview.

Hoje nós ouvimos muito as pessoas falarem sobre marketing viral, com conhecimento de causa ou simplesmente por que a internet é algo tão presente nas nossas vidas a ponto das pessoas se tornarem “consumidores expects” do marketing.

Marketing viral são as técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir aumentos em conhecimento de marca, com processos parecidos com o de uma epidemia; uma doença.

O marketing viral pode ser utilizado também para descrever alguns tipos de campanhas de marketing baseadas na internet, incluindo o uso de blogs, de sites, e de várias outras formas para criar o rumor de um novo produto ou serviço. O termo publicidade viral se refere à ideia de que as pessoas passarão e compartilharão conteúdos divertidos.

Mas o que é realmente o marketing viral? Um acidente? Ou uma ação cuidadosamente planejada por uma equipe de marketing?

Para Matt Smith, diretor estratégico da agência britânica de marketing digital The Viral Factory “A arte de criar uma peça viral é saber a diferença entre uma boa ideia e uma boa ideia que se espalha como um vírus”, declarou em entrevista à Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios.

Nossa redação quis saber um pouco mais sobre o assunto, por isso, nossa entrevistada de hoje é Camila Porto de Camargo, chefe de comunicação na Promovaweb Marketing Digital. Ela  trabalha com treinamento em mídias sociais e faz especialização em Marketing na PUC-PR.

 

Camila Porto de Camargo é chefe de comunicação na Promovaweb Marketing Digital (Foto: Fer Cesar).

 

Promoview: Quais são os formatos mais usados para um viral?

Camila Porto de Camargo: Vídeos tendem a serem os formatos mais populares de virais. O caso do Psy com o Gangnam Style e Harlem Shake são dois exemplos mais recentes.

Promoview: O marketing viral pode ser considerado um marketing de guerrilha?

Camila Porto de Camargo: Não penso que sejam a mesma coisa. Marketing de guerrilha são ações mais impactantes, que envolvem uma marca ou ação em algum momento do cotidiano da pessoa. No cinema, metrô e na rua, são lugares mais frequentes desse tipo de ação.

Promoview: O que classifica uma peça como viral?

Camila Porto de Camargo: Acredito que o alcance da mensagem e o tempo que levou para alcançar um grande volume de pessoas. Penso que a relação inversamente proporcional do alcance alto em um tempo baixo, pode definir um viral. Porém, penso que um vial é viral quando cai na boca das pessoas. Quando realmente todos falam sobre a mesma coisa e quando aquele conteúdo é conhecido por grande parte das pessoas.

Promoview: No caso dos vídeos que vemos na internet, muitos têm uma estética simples (caseira), isso é proposital?

Camila Porto de Camargo: Não acho que seja proposital. Acredito que temos muito a questão da projeção nos vídeos, ou seja, são pessoas comuns fazendo coisas comuns ou extraordinárias. Como o conteúdo na internet é, em sua maioiria, feito pelo próprio usuário, as pessoas se identificam com aquilo. Quando há uma grande produção, geralmente a viralização não é tão forte. É o caso de alguns comerciais, que acabam viralizando mais pelo conteúdo do que pela qualidade de produção.

Promoview: Qual é o segredo para se produzir um viral?

Camila Porto de Camargo: Se eu soubesse estaria rica! Mas, há um estudo de Kevin Allocca, gerente de Tendências do YouTube, que elenca três razões comuns que os grandes virais têm em comum: formadores de opinião; comunidades e imprevisibilidade.

Promoview: Tem uma receita para que o viral deixe de ser um acidente e passe a ser parte de uma campanha?

Camila Porto de Camargo: Acredito que o conteúdo é um grande elemento que pode ajudar. A mensagem passada, se houver projeção com o público, as pessoas achem aquilo inesperado, bem-humorado ou que “foi feito” para elas, podem ser elementos. As esquetes do Porta do Fundos, por exemplo, são vídeos que contém esses elementos. São engraçados, têm conteúdo que as pessoas se identificam, se veem nas histórias e são imprevisíveis, por que há sempre algo que foge da curva na história.

Promoview: Cite uma boa campanha que saiu recentemente.

Camila Porto de Camargo: Acredito que a campanha da Friboi é um caso interessante. Se vista de forma racional, ela é muito fraca. Mas, a apropriação das pessoas do conteúdo da mensagem foi incrível. Além disso, o grande alcance da mensagem, veiculada na mídia, ganhou as redes sociais e pessoas de todas as idades e classes sabiam da “piada” para pedir Friboi.