Experiência de Marca

Marketing para moradores de rua. Que tendência é essa?

Ações que promovem o bem estar, nem sempre com grandes marcas por trás, mostram uma série de iniciativas voltadas para o outro, e isto não é por acaso. Se o marketing pode mudar o mundo, é difícil dizer, mas há ações promocionais que seguem tentando.

A época é de Copa, de vaias e de críticas. Mas surgem no meio da multidão pessoas com atitudes inesperadas – como o caso dos japoneses retirando o próprio lixo dos estádios, ao final dos jogos da Copa do Mundo no Brasil.

Com base nestas e outras atitudes individuais, o marketing segue realizando ações impensáveis até há poucos anos. E entre todas, achei interessante olhar para um tipo específico, que tem aumentado nos últimos tempos, com foco em um público sem qualquer poder de compra: o de moradores de rua.

Ações que promovem o bem estar, nem sempre com grandes marcas por trás, mostram uma série de iniciativas voltadas para o outro, e isto não é por acaso. Se o marketing pode mudar o mundo é difícil dizer, mas há ações promocionais que seguem tentando.

The Street Store realizada em Cape Town, na África do Sul.
The Street Store realizada em Cape Town, na África do Sul.

Sentimentos como união, compaixão e a vontade de contribuir mais ativamente com a sua comunidade estão propiciando o aparecimento de mais ações sociais em torno de moradores de rua.

Nos EUA, um ônibus ofereceu banho para eles. Lá também viraram diretores de vídeos. Mais recentemente um shopping solidário foi montado para que as pessoas pudessem escolher gratuitamente roupas e sapatos para vestir. A Loja Vazia, inclusive, ganhou prêmio em Cannes Lions.

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Mas afinal, que tendência é essa? Analista de tendências do Trends Observer, a paranaense Ana Caroline Tavares, explica: “As tendências possibilitam compreender o momento atual dos pontos de vista social, econômico e político. No caso das ações sociais mencionadas, podemos relacionar as tendências identificadas pelo TRC – Trends Research Center: Empowerment, Cool Compassion e Connection, Converge and Ergonomics.”

De acordo com Ana Caroline, a tendência Empowerment mostra a vontade dos indivíduos de contribuir mais ativamente para si próprios, para a sua família, para a sua comunidade e até para o mundo.

Já a Cool Compassion revela o sentimento de compaixão e empatia para com os outros e a utilização das nossas capacidades para atenuar os problemas da sociedade.

Por fim, a Connection, Converge and Ergonomics, mostra como a internet mudou o mundo e a forma como interagimos. Vários instrumentos e aparelhos estão convergindo, com o fim de potencializar a capacidade de estarmos sempre ligados e informados.

Oferecer e proporcionar banho aos moradores de rua, ou então contribuir para que eles mostrem a realidade que vivem por meio de câmeras ou pelas redes sociais, revela a vontade de participar ativamente da melhoria das condições destas pessoas. Já a exposição de sua realidade para que mais pessoas possam contribuir e ajudar, orientada pelas marcas, é uma forma clara de entrar no diálogo com os consumidores, por intermédio daquilo que os toca de forma mais profunda.

Com a ajuda da internet e das redes sociais, estas ações sociais são potencializadas, envolvendo as pessoas e mostrando que a união em prol de um bem comum pode mudar uma realidade.

Em outras palavras, pesquise e investigue na sua comunidade como a próxima ação ao vivo pode também ajudar quem precisa. Além de ajudar a mudar o mundo, com certeza vai atrair a atenção de mais consumidores do que imagina.