Experiência de Marca

Marketing: como não fazer – por Fabrício da Silveira

Não sei se estou ficando rabugento com a idade ou se o mundo está de ponta cabeça mesmo. Aprendemos tanta coisa nas universidades e nos cursos que cansamos de fazer, mas, mesmo assim, nada muda. Enfrentamos os mesmos problemas diariamente que, às vezes, dá impressão de que somos masoquistas ou simplesmente omissos com nossas vidas.

Fabrício Luiz Novaes da Silveira*

Não sei se estou ficando rabugento com a idade ou se o mundo está de ponta cabeça mesmo. Aprendemos tanta coisa nas universidades e nos cursos que cansamos de fazer, mas, mesmo assim, nada muda. Enfrentamos os mesmos problemas diariamente que, às vezes, dá impressão de que somos masoquistas ou simplesmente omissos com nossas vidas.

Li hoje uma frase que gostei muito: “Talento e Criatividade é igual Pedro I, é um dom”.

Vejo que marketing virou assunto recorrente, mas poucos artigos retratam a realidade desta maravilhosa vertente da administração.

Para começar, marketing não é propaganda, nem publicidade. A verdade é que esses dois conceitos fazem parte do marketing e precisam ser muito bem estudados, avaliados e mensurados para que algo de bom seja criado.

Moro no Interior e aqui, por incrível que pareça, as poucas “agências de marketing” que existem confundem mídia visual com marketing.

Aprendi com um professor que o marketing para ser bom deve fazer com que todas suas ferramentas sejam usadas da maneira mais sutil e agradável possível ao consumidor.

Infelizmente, o que vemos é justamente o inverso. A parte gráfica muitas vezes exagera nos gráficos e cores e até erros com tamanho e estilo de letra tornam uma campanha visual em um atentado aos olhos.

O marketing telefônico é o pior. Os atendentes não conhecem os produtos nem os consumidores. Na pré-venda ligam para telefones aleatoriamente na esperança de encontrar alguém que se alinhe ao público-alvo. No pós-venda, conhecemos o que é o inferno na Terra a cada ligação na esperança de uma informação ou de uma solução.

Dias desses recebi uma ligação da Telefônica (a segunda pior disparada no quesito atendimento telefônico, principalmente com o pós-venda. A pior é a do site Submarino). Era para oferecer um Speedy, porém, eu já tenho um, mas o que mais me causou espanto foi o fato da telefonista ter um carregadissímo sotaque nordestino. Por pouco não escutei termos como “bichinho”, “vixe mãinha”, e “meu rei”.

Outra ponta que chega a me dar calafrios é o marketing, ou propaganda, televisiva, mais conhecido como comercial de televisão.

Penso que alguns publicitários da área morrem de vontade de ser cineasta e colocam este fator reprimido em filmes completamente sem pé e cabeça.

Sobre a afirmação acima, cabe a ressalva de que mesmo existindo campanhas televisivas horríveis, elas não são culpa dos publicitários e sim dos diretores de marketing das empresas que contratam e aceitam absurdos.

Desde o começo do ano vejo um comercial que ainda não sei do que se trata. É o comercial do Uno onde um rapaz toca um cello. Ao invés de mostrar o produto, ao fim do comercial, temos vontade de comprar um cello.

Os comerciais de automóvel são os piores com larga vantagem, já que em 90% deles o que menos importa é o veículo. Eu, por exemplo, adoro painéis de carro e faz muito tempo que não vejo um nos comerciais.

Marketing é coisa séria e as empresas ao terem lucro devem imaginar se lucram por intermédio do marketing ou pelos erros de marketing.

Fabricio Luiz Novaes da Silveira é formado em Administração de Empresas e pós-graduação em Marketing.