Experiência de Marca

Marcas seguem investindo na Festa do Peão de Barretos

Neste ano, uma semana antes do início do evento, a ocupação dos hotéis chegava a 70% e a estimativa é que durante a festa os 1.500 leitos da cidade sejam ocupados fazendo com que as cidades vizinhas também acomodem os visitantes.

A 420 quilômetros da Capital paulista, a pacata cidade de Barretos era, na década de 1950, em função da pecuária, via de transporte de gado entre Estados e abrigava o maior frigorifico da América Latina, o Anglo, criado em 1913 pela família real inglesa.

Os rodeios, até então, vinham sendo realizados desde 1947 na praça central da cidade em um cercado improvisado com arquibancadas. Decididos a transformar o evento na marca registrada de Barretos, um grupo de jovens fundou “Os Independentes” que um ano depois criou a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

Cidade de Barretos (Foto from: Istoé Dinheiro).

Após 57 anos, as carroças que transportavam os peões vindos de outras cidades dão lugar à SUV´s, jatinhos e helicópteros. A moda de viola abre caminho para o sertanejo universitário e até o estilo gospel nos palcos da festa. O comércio local, que era baseado em produtos ligados à cultura da região, abre espaço para as grandes marcas nacionais.

Perdendo em tamanho apenas para a Festa do Peão de Calgary, no Canadá, a 58ª edição do evento, que começou na quinta-feira (15/08) e segue até o próximo domingo (25/08), recebeu R$ 2,5 milhões em investimentos de infraestrutura e estima faturar R$ 20 milhões, sendo que R$ 7 milhões são frutos de patrocínio de nove marcas: Brahma, Minerva, Savegnago, Valtra, Sky, Sesi, TIM, Agabê Boots e Mormai. Além de uma feira de negócios que receberá 300 expositores.

Festa do Peão de Barretos é a maior da América Latina (Foto from: Istoé Dinheiro).

Movimentação Regional

Hugo Rezende Filho, atual presidente de “Os Independentes”, afirma que a festa foi se moldando a demandas de profissionalização e negócios de um evento de nível internacional.

“O turismo da região é beneficiado, o comércio local se movimenta. Eu acredito que uma iniciativa lá do passado conseguiu garantir hoje uma grande oportunidade para a região que continua sendo baseada na pecuária”, diz.

Neste ano, uma semana antes do início do evento, a ocupação dos hotéis chegava a 70% e a estimativa é que durante a festa os 1.500 leitos da cidade sejam ocupados fazendo com que as cidades vizinhas também acomodem os visitantes. O público estimado é de 900 mil pessoas, sendo que 80 mil virão de fora do Estado e até do País.

Regionalmente, o evento vai movimentar R$ 200 milhões entre hotelaria, comércio, restaurantes e outros serviços. Apesar dos benefícios trazidos ao longo dos anos à cidade, o secretário de Turismo de Barretos, Adriano Santos, diz que a cidade não soube aproveitar o potencial da festa. “Barretos ficou por muito tempo estagnada e hoje precisar entrar no circuito turístico do Estado, esse é o nosso desafio”, afirma.

Além da Festa do Peão

O secretário explica a importância da festa para a cidade, mas, sem apegos, prefere olhar o potencial turístico de Barretos de forma completa e divide o potencial turístico da cidade em seis categorias. A primeira é a da Saúde relacionado ao Hospital do Câncer. A segunda é a Área Cultural com fábricas típicas e a cultura da pecuária. A terceira são as Águas Termais, o quinto é o setor de Pesca e por último vem o setor de Eventos, que além da Festa do Peão concentra competições de rally e feiras agrícolas.

Marcas Presentes

Algumas empresas estão presentes no evento pela ligação histórica com a região. Outras utilizam o evento como complemento de suas ações pelo Brasil. Algumas fazem uso apenas institucional. Independentemente do interesse, a Festa do Peão é um celeiro para a exposição de marcas.

Fernanda Cozac, gerente de Brand Managemente da TIM, explica que neste ano a presença na festa faz parte de um projeto maior chamado Tim na Estrada, que preza pela música sertaneja no País.

Rancho do Peãozinho, ação da rede Savegnago no evento (Foto from: Istoé Dinheiro).

“Nos chamou a atenção a ligação que o festival tem com a música e o quanto o evento é inovador. Daí surgiu a ideia de ter a extensão de nossa campanha de ativação.” A marca está presente no evento com uma carreta que roda o País com a proposta de levar música sertaneja às pessoas.

Já a rede de supermercados Savegnago, criada na cidade vizinha de Sertãozinho, patrocina o evento desde 2008. Neste ano, o investimento foi de R$ 2 milhões em cotas de patrocínio, ações nos pontos de vendas, instalação de camarote e a montagem do Parque do Peãozinho.

“A família fundadora do grupo é muito ligada ao meio rural e por isso valorizam tanto estar no evento. Além disso, a festa gera entretenimento para qualquer tipo de pessoa o que está diretamente ligado ao nosso negócios”, diz Murilo Savegnago, coordenador de marketing da rede.

Outra marca muito ligada ao meio é a fabricante de tratores Valtra que tem grandes clientes na região. O interesse de patrocinar a festa surgiu de um trabalho que a empresa já realizava com o Hospital do Câncer.

“É o sétimo ano que patrocinamos o evento e ele gera uma série de desdobramentos como campanha de incentivo às vendas, relações institucionais e negócios gerados na feira”, afirma Roberto Patrocínio, gerente comercial da Valtra. O valor investido pela Valtra ultrapassa R$ 1 milhão e a marca estima levar 250 pessoas para a festa deste ano entre vendedores, revendedores e clientes.

A AmBev, que está presente na festa com a cerveja Brahma, também aproveita o evento para ações com foco em responsabilidade social.

O Guaraná Antarctica pretende utilizar o rodeio para conscientizar os jovens da importância da reciclagem e descarte correto das garrafas PET. “Nosso maior objetivo é impactar positivamente toda a cadeia de reciclagem do País, movimentando o setor e retirando milhares de toneladas de lixo do meio ambiente”, destaca Bruna Buás, gerente de marketing de Guaraná Antarctica.

O presidente de “Os Independentes” conta que as cotas de patrocínio costumam ser fechadas com bastante antecedência pelas marcas maiores. Já os patrocinadores menores chegam a fechar 15 dias antes da festa.

Fonte: Istoé Dinheiro.