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Maior São João do Mundo encolheu

Festas juninas do Nordeste registram os menores investimentos dos últimos anos. Shows foram cancelados, o público diminuiu e a rede hoteleira amarga prejuízos. Número de ações e ativações na região caiu 30%. Na Paraíba, o maior São João do mundo encolheu em 2015.

Nem mesmo as tradicionais festas juninas do Nordeste brasileiro escaparam dos cortes provocados pela crise econômica. Com orçamentos reduzidos, shows foram cancelados, o público diminuiu e a rede hoteleira amarga prejuízos. O maior São João do mundo, em Campina Grande, na Paraíba, não é mais tão grande quanto em anos anteriores. O investimento passou de R$ 11 milhões, em 2014, para R$ 8,5 milhões este ano.

No final de maio, o governo estadual decidiu cortar o repasse de verbas destinadas a festividades e eventos públicos durante um período de 40 dias. A decisão obrigou a prefeitura de Campina Grande a cancelar contratos com vários artistas. Até mesmo Zé Ramalho, que marca presença todos os anos no evento, foi retirado da programação oficial. A taxa de ocupação de hotéis também segue a tendência de queda e deve ser de 70% este ano. Em 2014, 90% dos quartos foram ocupados.

No mesmo compasso, o número de ações de live marketing das empresas também sofreu queda. Levantamento exclusivo realizado pelo Promoview mostra que o número de ações caiu na ordem de 30%. Foram 92 ativações registradas nas atualizações diárias do nosso site em 2014 contra 67 nesta temporada junina.

 

Ativações também diminuiram nas Festas Juninas em 2015

 

Em Pernambuco, a procura por hospedagem para as festas juninas também foi menor na comparação com o ano passado. No Recife, a ocupação este ano é de cerca de 40%, porcentagem 22% menor que em 2014. Em Caruaru, que tem a segunda maior festa junina do país, a ocupação da rede hoteleira registrou queda de 12%, a maior dos últimos anos. A programação também sofreu alterações com a redução dos custos. A grade de shows conta com mais de 80% de artistas locais e da região. A crise afastou o público de outras regiões do Brasil.

Diante do cenário desfavorável, os empresários do setor estão com dificuldades para arcar com despesas básicas, como gastos com a folha de pagamento de funcionários e contas de luz. Comerciantes também culpam o longo período de estiagem como um dos fatores da crise.

 


Pelo menos sete cidades pernambucanas cancelaram os festejos juninos e outros 12 municípios cortaram os gastos por causa da crise econômica. Em Fortaleza, a verba para o Circuito de Festivais Ceará Junino foi a mesma do ano passado, pouco mais de R$ 2,5 milhões. No entanto, a ocupação hoteleira apresentou queda. Os dados referentes ao período das festas juninas ainda vão ser atualizados, mas o secretário de Cultura, Guilherme Sampaio, já adiantou que não são animadores.

Um retrato de como a crise vem afetando o setor foi observado em 24 de junho, dia de São João. Com a baixa procura neste ano, o tradicional Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco quase não abriu. O funcionamento aconteceu somente em um expediente e exclusivamente para a venda do milho.