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Liberado crédito de R$ 40 bi para empresas pagarem salários

Empréstimo é destinado a pequenas e médias empresas e financiado majoritariamente pelo governo federal, com juros fixos de 3,75%.

Bancos privados começam nesta semana a liberar linhas de crédito para que pequenas e médias empresas paguem seus funcionários.

O plano é baseado na linha de crédito emergencial de 40 bilhões de reais anunciada pelo Governo Federal na semana passada e voltada às PMEs.

Os Bancos serão responsáveis por repassar o dinheiro às empresas, mas a maior parte do recurso virá de financiamento do Governo. 

Ouvidos pelo Promoview na tarde desta 3a. feira (7/4) empresários dos segmentos de cenografia, técnica e agências especializadas afirmaram que a dificuldade e burocracia imposta é grande, especialmente no Bradesco.

Além disso as taxas cobradas e condições oferecidas desanimam a adesão a estas linhas de crédito.

A medida provisória (MP) de número 944, que estabelece o programa, foi publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira, 3/4. Em uma medida provisória, a determinação passa a vigorar mesmo antes de aprovação do Congresso.

A maior parte do capital de giro para os empréstimos, ou 85%, virá do Tesouro Nacional, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os outros 15% virão dos próprios Bancos.

Quando os Bancos vão liberar o crédito?

A Exame contatou os quatro maiores Bancos brasileiros sobre a nova opção de crédito. As instituições começam a liberar os recursos a partir desta semana.

O Bradesco foi o primeiro Banco a anunciar a nova linha, que passou a ser oferecida já nesta segunda-feira, 6. O Banco afirma que a linha de crédito beneficiará 1 milhão de trabalhadores dentre suas empresas clientes.

As PMEs que já são clientes e têm crédito pré-aprovado podem contratar o financiamento por meio do sistema Net Empresa ou Net Empresa Celular, do próprio Bradesco. Os demais clientes devem solicitar o crédito por telefone em sua agência. Para evitar presença física no local, o crédito será liberado também nos canais digitais.

No Itaú Unibanco, o crédito do programa passa a ser oferecido a partir de terça-feira, 7. A contratação também pode ser feita de forma digital, pelo Itaú Empresas na internet.

Em nota, o diretor-geral de Varejo do Itaú, Márcio Schettini, disse que o Banco que formatou a solução “Em tempo recorde de uma semana” e que treinou as equipes comerciais para “Facilitar e agilizar ao máximo a contratação dessa nova linha.”

Para Candido Bracher, presidente do Itaú, as pequenas empresas brasileiras podem precisar de linhas de crédito acima de 40 bilhões de reais para a folha de pagamento, dependendo de quanto tempo durar a crise do Coronavírus. A atual linha de crédito, segundo o executivo, vai durar apenas dois meses.

Já o Santander informou que a linha de crédito ficará disponível a partir desta quinta-feira, 9. Em nota, Cassio Schmitt, diretor do segmento de Empresas, Governos e Instituições do Santander, diz que o “Fluxo está preparado” para o financiamento da folha de pagamento.

O Banco diz ainda na mesma nota que lançou outras ferramentas para empresas: companhias clientes com contratos e parcelas vencidas e não pagas desde 16 de março poderam prorrogar a data de pagamento por até 60 dias, sem cobrança de tarifa ou multa. 

No caso desta última prorrogação, o benefício também vale para clientes Microempreendedores Individuais (MEI), que faturam até 81.000 reais por ano. A solicitação passou a poder ser feita pela internet, e não mais somente por telefone.

Quais empresas podem pedir o financiamento?

São elegíveis ao crédito que financia salários empresas com faturamento entre 360.000 reais e 10 milhões de reais por ano, conforme estabelece a MP.

O prazo para pagar o financiamento será de 36 meses, com carência de seis meses. Será zerado o chamado spread bancário — a taxa será de 3,75% ao ano, ou seja, os mesmos juros da Taxa Selic, a taxa básica de juros brasileiro. 

Como este é o rendimento de CDI, o mais seguro e simples que existe e que é praticamente igual à taxa Selic, os Bancos não estão, na prática, cobrando juros agregados pelo empréstimo.