Experiência de Marca

Obrigado Mr. Jobs

O brilho de Steve, sua paixão e energia foram a fonte de inúmeras inovações que enriqueceram e melhoraram nossa vida. O mundo ficou incomparavelmente melhor por causa dele e, com sua partida, mais triste.

O mundo da tecnologia acordou triste na quinta-feira, 25 de agosto. Após uma longa, histórica e bem-sucedida jornada à frente da Apple, Steve Jobs deixava a sua empresa para cuidar da saúde.

E na noite doa dia 05/10, o mundo ficou mais triste ainda. Steve Jobs foi vencido pelo câncer aos 56 anos de idade. “O brilho de Steve, sua paixão e energia foram a fonte de inúmeras inovações que enriqueceram e melhoraram nossa vida. O mundo ficou incomparavelmente melhor por causa dele”, disse o comunicado da Apple a respeito de sua morte.

Steve Jobs.

A sua história na maior corporação de capital aberto do mundo mostra a sua genialidade.

Ao mesmo tempo em que demitia funcionários nos elevadores da companhia em Cupertino/Califónia, comandava lançamentos de produtos habitualmente causadores de frisson em todo o Planeta, embora ele não fizesse pesquisa com consumidores para desenvolvê-los.

Ao mesmo tempo que dizia, com a maior naturalidade, que o trabalho de 200 engenheiros que se debruçaram em um projeto durante dois anos de nada valeu, lançava  um MP3 com apenas um botão no meio, tornado-se líder de categoria no segmento.

Se tivesse a  missão de resumir Steve Jobs em poucas palavras, limitar-me-ia a dizer “paixão aos detalhes e intuição.” Tudo que a Apple fez, faz e fará carrega esses dois valores de modo sublime. Todos os produtos da empresa têm uma extrema atenção aos detalhes, tudo muito bem calibrado, bem pensado, e todo novo design tem um racional fortíssimo por trás.

O cabo de energia é preso com imã ao computador, pois se você tropeça no fio não joga seu trabalho no chão. O botão de liga/desliga é sempre atrás. Caso você esbarre, isso não deletará seu projeto todo. Tudo é muito intuitivo. Nunca mexemos em um iPad, mas quando pegamos um parece que já sabemos onde as coisas estão.

Todo produto da Apple é assim. O iPad, logicamente, não possui manual de instruções, pois aprendemos a operá-lo sozinho, mas se você é da geração X e não abre mão dele, sem problemas. Vá ao site da Apple e baixe o PDF.

Jobs deixa um legado incomparável na gestão da empresa. Há quem compare o que ele faz como algo parecido com religião. Ele é o messias, a Apple Store é a Meca da tecnologia mundial e nós não somos meros consumidores, somos verdadeiros seguidores e adoradores.

E resta a Tim Cook,  novo CEO da companhia, tentar fazer jus ao legado de Jobs, e vestir a camisa 10 do “Pelé da Inovação”. É uma camisa pesada, um crachá com brilho próprio e ao qual estarão atentos os olhares ávidos de nós, os consumidores.

Vale lembrar que Steve Jobs era rodeado por outros gênios. Um deles é Jonathan Ive, que, ao mesmo tempo em que passeia em seu Aston Martin pelas praias da Califórnia, também desenha produtos como o iMac.

Jobs era um gênio provocativo. Ele desafiou o mercado editorial com os e-Books, que vieram para ficar e crescem de maneira avassaladora. A maior evidência disso é o pedido de falência da gigante Borders (simplesmente a segunda maior livraria dos Estados Unidos), e uma das grandes razões se deve ao fato deles não terem ido de modo tão agressivo para o segmento de e-Books. E Jobs avisou.

Os livros físicos estão com os dias contados, pois ocupam andares e mais andares de bibliotecas, são ecologicamente incorretos e pesam nas nossas mochilas. Os livros digitais nada pesam, são mais facilmente compartilhados, são gostosos de ler e a natureza agradece.

Seu papel foi muito mais importante que o de “inventor” do conceito Apple, tão usado em agências de design, propaganda, publicidade e marketing promocional. Foi ele quem abriu espaço, com a App Store, para que marcas desenvolvessem aplicativos capazes de levar o conceito de seus produtos (literalmente) para o bolso de seus consumidores.

São inúmeras as grandes campanhas promocionais que desenvolveram seus próprios aplicativos. Quando analisamos os benefícios que eles ofereceram aos profissionais de trade, podemos ir ainda mais longe. São aplicativos sobre cinema, futebol, receitas e muitos outros. O que vendemos no supermercado também pode ser comprado a partir de um clique.

Produtos Apple também se tornaram verdadeiros coringas. Quantas promoções não sortearam iPhones ou atuaram com iPods em vale-brindes? Tratam-se de prêmios/brindes altamente aspiracionais para quem os tem ou gostaria de ganhar mais um

SteveJobs e a sua Apple ditam a vanguarda tecnológica e, ao mesmo tempo, geram uma rápida e proposital obsolescência de seus produtos. O iPad 1 que, até o anopassado, estava na crista da onda, hoje já é velho. Dentro de anos, será item de museu. Não me restam dúvidas de que Tim Cook e seu brilhante time de engenheiros e designers já estão com o iPad 3 pronto, o iPad 4 já no protótipo e o iPad 17 já idealizado. E cabe a nós, consumidores, sermos engolidos por esse tsunami de gadgets. A verdade é que eu não preciso de iPad 2, mas tenho de ter.

Obrigado, Mr. Jobs!

Com textos de Marcos Hiller e João Riva