Experiência de Marca

Grupo Petrópolis denuncia Ambev por selo protetor

O Grupo Petrópolis, que produz as marcas Itaipava, Crystal, Petra, Lokal, Black Princess e Weltenburguer e é o terceiro maior do setor no País – entrou com uma petição na 34ª Vara Cível do Fórum João Mendes, em São Paulo, denunciando o uso do selo de proteção na cerveja Budweiser. O material vem sendo usado na China desde o segundo semestre de 2010. No Brasil, o uso do selo pela Petrópolis foi duramente atacado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv) e por ações da própria AmBev.

O Grupo Petrópolis, que produz as marcas Itaipava, Crystal, Petra, Lokal, Black Princess e Weltenburguer e é o terceiro maior do setor no País – entrou com uma petição na 34ª Vara Cível do Fórum João Mendes, em São Paulo, denunciando o uso do selo de proteção na cerveja Budweiser. O material vem sendo usado na China desde o segundo semestre de 2010. No Brasil, o uso do selo pela Petrópolis foi duramente atacado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv) e por ações da própria AmBev.

“Agora, nossa intenção é pedir que a concorrência se abstenha de realizar qualquer campanha contra o selo, admitindo sua utilidade”, explica Giovani Melo, advogado do Grupo Petrópolis. “Ou será que, na visão deles, o que é bom para os chineses não é bom para o Brasil?”, pergunta.

De acordo com Melo, o Grupo Petrópolis venceu liminarmente em todas as instâncias a disputa jurídica que envolve o selo. A discussão começou em 2007 e se arrasta até hoje. “Na época”, explica o advogado, “o concorrente dizia, por meio do Sindicerv, que estava defendendo interesses do consumidor. Mas, na verdade, o que estava em jogo era a disputa de mercado”. Ainda não houve julgamento do mérito.

Segundo o advogado, a AmBev, que no último mês acusou o Grupo Petrópolis de plágio pelo uso do vermelho como cor de uma de suas latas, está novamente usando a justiça para resolver questões de mercado. De acordo com dados que constam na petição impetrada, em mercados como o do Rio de Janeiro, a Itaipava detém 29,2% em venda de latas (contra 12% da Brahma).

Em uma nova medição estes números passaram para 31,01%  das lata de Itaipava contra 9,8% da Brahma na mesma praça. Já na Grande São Paulo, a Itaipava é líder no mercado de latas, com 28,92% de share (contra 20,54 da Brahma). “A divulgação desses números vem reforçar que tudo sempre foi questão concorrencial, nunca houve intenção de plágio”, diz Douglas Costa, gerente de marketing e relações com o mercado da Petrópolis. “Quem está na frente não copia quem está atrás. Não há sentido estratégico nisso”, completa.

Em janeiro, a Petrópolis atingiu 10,5% do mercado nacional. Em 2010 foram produzidos cerca de 14,7 milhões de hectolitros, registrando um crescimento de 10,60% ante os 13,3 milhões de hectolitros produzidos em 2009. O faturamento em bebidas do Grupo, incluindo cervejas e o energético TNT, foi de R$ 2,638 bilhões.

Quem copia quem?

A contestação da denúncia de plágio prova por meio de fotos que o vermelho em questão é também usado por outras cervejas como Colônia, Dado Bier, Cerpa. “A cor era usada antes da AmBev mudar suas latas”, explica Melo. “Se havia intenção de plágio da Petrópolis, então, em tese, essas marcas teriam o direito de se sentir atingidas pela própria Brahma e, quem sabe, pedir a retirada de mercado da Brahma.”

Curioso é que o Grupo Petrópolis havia parado de produzir suas latas vermelhas um mês antes da AmBev entrar com a ação. Era uma edição limitada lançada em setembro, criada em comemoração ao campeonato de Stock Car 2010.  Tão logo foi citada, a empresa, então, entrou com um embargo de declaração solicitando prazo de 60 dias para que o mercado possa esgotar seu estoque.