Experiência de Marca

Grafiteiros mostram sua arte no entorno do Beira-Rio

Após a Copa do Mundo, os grafites se transformarão em uma exposição itinerante que será levada às universidades de Porto Alegre.

Um local que começou o final de semana com tapumes verdes, entulhos e lixo na orla do Guaíba recebeu um time que está criando uma nova paisagem para a área.

O entorno das escolas de samba Imperadores, Praiana e da Banda da Saldanha, que ficam entre o Beira-Rio e a Fundação Iberê Camargo, é palco de uma ação de grafitagem “Todos os Povos, Todas as Cores, Nossa Cultura”.

Em um dia de muito frio e vento, 31 grafiteiros, dentre eles, seis de Belo Horizonte e São Paulo, arregaçaram as mangas para imprimir sua arte sobre lonas de vinil, que serão instaladas na lateral das avenidas Padre Cacique e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), na altura das escolas de samba.

Foto: Júlio Cordeiro.
Depois da Copa, os trabalhos criados neste final de semana vão integrar uma exposição itinerante
Depois da Copa, os trabalhos vão integrar uma exposição itinerante.

A iniciativa da Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal da Juventude (SMJ) em parceria com a União Estadual dos Estudantes (UEE), faz parte de uma campanha que visa promover a cultura urbana e integrar os jovens ao espaço público e fará parte da primeira Bienal da UEE.

Lucas Anão, do Coletivo Urbanoide, é o curador da ação. “O grafite enfrentou muito preconceito. Hoje, virou uma tendência, no mundo inteiro. Em Porto Alegre, a aceitação do grafite feito no Túnel da Conceição foi geral. As pessoas percebem que estamos valorizando o patrimônio público” – conta Anão.

Projetos como essa ação de grafitagem são um bom espaço para dar apoio tanto aos novos artistas quanto aos mais experientes, ressalta o integrante do Núcleo Urbanoide.

“A linguagem do grafite é universal. Fazemos projetos em presídios e até para a Casa Cor. Serve para transpor o imaginário. Mas nem todos (grafiteiros) conseguem viver de arte, pois se investe pouco nisso.”, completa Anão.

Nos painéis coletivos, a arte de um se mescla com a de outro. Ao lado de artistas mais experientes, trabalhava Mariana Maciel, 27 anos de idade, estudante de Publicidade, que desenvolveu a personagem Bli e é reconhecida pela marca Hellobli. Ela integra o Coletivo FTC junto com o pai, Wagner Blet, o noivo, True Souza, e um amigo da família, Lucas Atomic.

“Projetos com apoio do governo ou da iniciativa privada são fundamentais. Eles mostram que isso também é arte. Muitos ainda pensam que grafite é coisa de marginal.”, conta Mariana, antes de dar o último spray para completar o cabelo de sua personagem.

Após a Copa do Mundo, Bli e os outros grafites se transformarão em uma exposição itinerante que será levada às universidades da Capital. O projeto prevê ainda a pintura das estruturas do antigo aeromóvel, em frente à Usina do Gasômetro e uma intervenção no sentido Centro-Bairro do Túnel da Conceição.

Esta última vai complementar o projeto “Meeting of Styles”, que reuniu, em março, dezenas de grafiteiros internacionais para realizar a pintura do sentido bairro-Centro do mesmo túnel.

Fonte: Zero Hora.