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Festival de Cultura Negra chega à sua quarta edição

O final de semana carioca já tem uma programação especial, o Back2Black. O festival já tem tudo pronto para reconstruir a conexão da sociedade moderna com as raízes africanas, levando muita música e diversão para o público.

Considerado o maior festival de cultura negra da América Latina, o Back2Black chega à sua quarta edição mantendo a proposta de reconstruir a conexão da sociedade moderna com as raízes africanas. Nas três edições anteriores, o festival recebeu um público de 60 mil espectadores.

Nos dias 23, 24 e 25/11, a Estação Leopoldina, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, será palco de uma diversificada seleção musical – que vai do samba ao hip-hop, passando pelo jazz, rhythm and blues, funk, maracatu e carimbó, entre outros -, acompanhada de uma mostra de artes e de um ciclo de debates.

De acordo com os organizadores do evento, este ano o Back2Black contará com dois palcos – no ano passado foram três. No entanto, a arena montada ao redor dos palcos terá capacidade para receber uma quantidade maior de pessoas. Entre as 20 atrações musicais, o destaque fica por conta da forte presença de mulheres no elenco internacional.

Inéditas para o público brasileiro, vão se apresentar no festival as cantoras americanas Missy Elliott, rapper detentora de cinco prêmios Grammy, e Santigold, sucesso no estilo pop contemporâneo. A cantora nigeriana Nineka, a malinesa Fatoumata Diawara e a cabo-verdiana Lura vão garantir a presença feminina africana.

A música africana também será representada pelo sul-africano Hugh Masekela e pelo congolês Jupiter & Okwess International, entre outros. A lista de atrações brasileiras inclui a cantora Gal Costa, com seu elogiado show Recanto, o percussionista Naná Vasconcelos, Martinho da Vila, Mart’nália, Virginia Rodrigues e os rappers Flávio Renegado e Emicida.

Os debates serão realizados nos dois últimos dias do evento, no auditório da desativada estação ferroviária, e terão a curadoria do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Uma discussão sobre o lugar da mulher na literatura e nas sociedades africana, cubana e brasileira inaugura o ciclo, às 18h do dia 24/11.

Com a mediação da jornalista Paula Cesarino Costa, o tema será debatido pelas escritoras Paula Chizane, de Moçambique, Karla Suarez, de Cuba, e Ana Maria Gonçalves, do Brasil.

A segunda conferência do dia, às 19h45, será dedicada ao tema “A Presença do Samba na Literatura Brasileira e dos Poetas e Escritores no Samba”. O escritor Paulo Lins, autor dos romances Cidade de Deus e Desde que o Samba É Samba, e os músicos Nei Lopes e Martinho da Vila, também escritores, dividirão a mesa, que terá como moderador o jornalista Vagner Fernandes.

No domingo, às 16h30, a presença dos orixás na literatura brasileira e as razões de Jorge Amado para não ter deixado sucessores à sua obra serão debatidas pelo sociólogo Reginaldo Prandi e pelo escritor Alberto Mussa, com a moderação a cargo de José Eduardo Agualusa.

No encerramento da série de palestras, às 18h15, o músico sul-africano Hugh Masekela e o escritor cubano Carlos Moore, autor de uma biografia do músico nigeriano Fela Kuti, debaterão as relações da África com o Brasil e o papel da música no combate ao apartheid e ao racismo.

A mostra de arte do Back2Black homenageia este ano o pintor argentino radicado no Brasil Carybé (1911-1997), que retratou a cultura negra brasileira em suas obras. Trinta painéis com ilustrações do artista, incluindo a série retratada no Livro dos Orixás, de Jorge Amado, vão decorar a Estação Leopoldina.

Mais informações sobre o festival no site.