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Entenda o ''Breque dos Apps'' e por que ele paralisou entregadores de todo o país

O movimento se fortaleceu em meio a uma votação na Câmara de São Paulo que pode exigir placa vermelha para entregadores de apps.


Para dar visibilidade à greve dos entregadores de aplicativos de delivery, vários profissionais protestaram nas ruas de diversas cidades do país ontem (01/07).

O movimento, chamado de “Breque dos Apps”, tem como objetivo exigir melhores condições de trabalho para os que atuam para plataformas como iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi.

Greve dos entregadores ocorre em diversos estados

A paralisação aconteceu em meio a uma votação na Câmara de São Paulo que pode exigir placa vermelha para entregadores de apps. Associações como a Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil) dizem que a nova lei dará mais segurança aos entregadores, apontam que vai burocratizar o setor e excluir os profissionais.

Muitos trabalhadores da categoria, que cresceu durante a pandemia de covid-19, paralisaram as atividades e realizaram atos em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, São Luiz, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Teresina e Maceió, assim como em outras cidades populosas como Campinas. A previsão de alguns líderes é de que o movimento chegue a outros países.

Além da paralisação, entregadores pediram para que usuários não pedissem nada ao longo da quarta-feira, em apoio ao movimento. Circulam nas redes sociais “manuais” sobre como os usuários podem ajudar o movimento: em resumo, eles pedem que as pessoas cozinhem em casa e postem mensagens com as hashtags #BrequeDosAPPs e #ApoioBrequeDosApps.

A votação está na pauta da sessão desta semana, após dois adiamentos. Entre as exigências estão reajustes do valor recebido por entrega —que atualmente varia entre R$ 4,50 e R$ 7,50, segundo os entregadores—, reajuste anual para o serviço, tabela de preços construída entre entregadores e aplicativos, entrega de EPIs, apoio contra acidentes e uma avaliação com relação aos programas de classificação dos entregadores, usados por alguns apps.

Veja como se deu a paralisação em algumas cidades do país:

Entregadores em greve em Florianópolis
Entregadores em greve em Florianópolis: movimento realiza paralisação em todo o país por melhores condições de trabalho (Pierre Rosa/Agência Estado)
São Paulo

Em São Paulo os atos começaram logo pela manhã, com entregadores passando por locais importantes da cidade, como Consolação, Marginais Pinheiros e Tietê, Avenida dos Bandeirantes, região do Morumbi e Avenida Paulista, onde um protesto ocorreu em frente ao Masp às 14h.

Em Campinas, os manifestantes passaram pela Torre do Castelo, no Jardim Chapadão, e contaram com a participação de alunos e professores da Unicamp. Há relatos de protestos dos entregadores também em Ribeirão Preto, Sorocaba, Santo André e Santos.

Rio de Janeiro 

No Rio de Janeiro, os protestos começaram pela manhã, no centro da cidade. Em seguida, os entregadores foram até a Zona Sul, parando em alguns bairros, como Botafogo. Parte dos manifestantes seguravam cartazes com os dizeres: “nossas vidas valem mais que o lucro deles!”.

Pernambuco  

Em Recife, as manifestações começaram por volta das 9h, com participação de centenas de entregadores. O ato começou na avenida Governador Agamenon Magalhães, em frente ao Hospital Português, e foi até a Zona Sul da cidade.

Minas Gerais 

Em Belo Horizonte, os manifestantes foram de motocicleta até a porta da Assembleia Legislativa do Estado pela manhã.

Bahia 

Os manifestantes passaram de moto e bicicleta por locais de Salvador como a avenidas Antônio Carlos Magalhães e Tancredo Neves, e os bairros de Itagaira, Vila Hortência, Bela Vista e Barra.

Distrito Federal 

Em Brasília, os protestos começaram por volta das 11h30 e passaram por diversas avenidas da capital. Em seguida o grupo se dirigiu para o Congresso Nacional.

 

A paralisação ainda gerou uma enxurrada de avaliações negativas dos consumidores por delivery. Apenas nesta terça-feira, 1º de julho, os cinco principais aplicativos receberam 53.411 avaliações, sendo 96% com apenas uma estrela, a pior nota.