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Empresas não priorizam geração de créditos de carbono

Uma pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, realizada pelo economista José Affonso dos Reis Junior, demonstra que a demanda pelos créditos no mercado é pequena.

As empresas brasileiras não priorizam investimentos em projetos de geração de créditos de carbono, apesar do potencial de obtenção de rendimentos da ordem de cerca de R$ 500 milhões por ano.

Uma pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, realizada pelo economista José Affonso dos Reis Junior, demonstra que a demanda pelos créditos no mercado é pequena, o que diminui seu valor e leva as empresas a investirem em projetos com retorno mais imediato, como iniciativas de redução de emissões dos gases do efeito estufa e aumento da eficiência energética.

O economista avaliou o mercado potencial para a geração de créditos de carbono, a partir dos relatórios de sustentabilidade produzidos pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

“A instituição realiza dois levantamentos, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Índice de Gás Carbônico (ICO2), relativo às emissões do dióxido de carbono, um dos responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera”, conta. “Eles são elaborados a partir de questionários respondidos pelos integrantes do grupo IBRX 50, que reúne as empresas com as ações mais negociadas na bolsa”.

Os relatórios forneceram uma série de indicadores ambientais utilizados para estimar o ganho conseguido com os créditos de carbono, em comparação com outros tipos de projetos ambientais.

“De um total de 33 indicadores, foram utilizados cinco”, diz Reis Junior. “Três deles estão relacionados a emissões de gases do efeito estufa e os demais à eficiência energética e restauração de habitats”.

Embora os projetos de credito de carbono tenham o mesmo potencial de geração de recursos de outras inciativas, aproximadamente R$ 500 milhões de reais por ano, o economista constatou que na prática eles são pouco realizados.

“Os relatórios do ISE e no ICO2 mostraram que as empresas avaliadas não executavam projetos de crédito de carbono, informação confirmada em pesquisa no site do Ministério da Ciência e Tecnologia, onde não havia nenhuma iniciativa homologada”, oberva.

“Trata-se de um investimento com retorno a longo prazo, comparado a outros projetos ambientais. Alem disso, a demanda pelos créditos de carbono atualmente é reduzida, o que diminui seu valor no mercado e consequentemente o interesse na realização de projetos nessa área”.

Fonte: Agência USP.