Experiência de Marca

E vamos falar de ética...

Num mercado em que se faz de tudo para ganhar uma concorrência, usando desde artimanhas duvidosas e contatos pessoais à pressão sobre agências pequenas que furam o cordão criado por grandes, ética é balela, discurso.

Se tem uma palavra a que todos acorrem, e de que todos correm, é essa: Ética.

A razão é simples. Ética parece ser o tipo de coisa que todos querem para consigo, mas que ninguém quer ter quando a questão é termos para com os outros.

A palavra, de origem grega, tem duas origens. A primeira, éthos, com o “e” curto, que pode ser entendida como costume e que serviu de base para a tradução latina Moral (essa de morus – usos e costumes, por isso a influência, já que ética tem a ver com costumes).

Foto: Reprodução/Google.

Etica2

A segunda, com o “e” longo, é que usamos hoje em dia para definir ética, que é a parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana.

Mas ética também é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão.

Tem a ver com deontologia, do grego ????, dever, obrigação + ?????, logos “ciência”, que na filosofia moral contemporânea é uma das teorias normativas segundo a qual as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser feito.

Vernáculo em dia, me pergunto como discutir ética? A questão maior aqui é: enquanto a discutimos não a praticamos?

Ética tem a ver com conduta, com ação em relação a um código social ou profissional que deve ser seguido por todos aqueles em dada profissão.

No País em que um juiz é Deus, confirmado por colegas de toga, ética é chacota, palavra engraçada.

Num mercado em que se faz de tudo para ganhar uma concorrência, usando desde artimanhas duvidosas e contatos pessoais à pressão sobre agências pequenas que furam o cordão criado por grandes, ética é balela, discurso.

Precisamos de um código de conduta que defina punições para quem não o cumpra. Mas não tenho certeza se podemos ter isso sem que se puna apenas os que não forem Deuses.

Há anos discutimos ética em eventos. O Hot Pop Corn da Hands e o Congresso Brasileiro de Live Marketing também discutiram o assunto, e, agora, me parece que, mais uma vez, um Fórum irá discutir o tema em São Paulo.

Vejo que a minha, a nossa, Ampro estará presente, mas, sinceramente, em meio a nobres doutores, administradores e advogados não vejo gente de nossas agências falando, e acho que seria necessário tê-los se o que se discutir ali nos visar.

Longe de ser um chato, acho que filosofar sobre a filosofia é chover no molhado. A gente pode discutir o tema no segundo congresso com mais propriedade e tratar de urgir uma fórmula final de Código de Ética.

Melhor um Código rudimentar que código algum.

Lendo os jornais, vendo o mercado ruir, o País em frangalhos por conta da falta sistemática de ética daqueles que deviam dar o exemplo, me dei conta de que eles, os caras que execramos nas conversas do Face, nas rodinhas e fóruns, somos nós mesmos em posições de destaque.

O mal ético que sofremos está na nossa incúria no trato da coisa pública, e também da privada, onde jogamos, quase sempre, a nossa moral.

Somos absolutamente dúbios quando se trata de ética. Falamos que é uma maravilha, aplicamos que é uma vergonha.

Não somos solidários, não somos sequer humanos, às vezes, para balizarmos com foco na igualdade uma atitude que defenda direitos iguais para todos. Se os direitos iguais forem iguais para nós e desiguais para com os que não formos nós, tudo bem.

A palavra ética para nós tem a mesma utilidade que as palavras amor, caridade, respeito e reconhecimento. Valem para levarmos aos púlpitos e encontros, falá-las alto e guardá-las para a próxima oportunidade em que nos convidem a mostrar o quão políticos somos na condução de nossas vidas.

Está mais do que na hora de sairmos dos discursos e seguirmos para a prática e sermos éticos como nossos pais e avós da época em que ninguém se escondia, antiteticamente, atrás de perfis, codinomes ou apelidos.

Precisamos fazer da ética uma palavra séria ou Oscar Wilde estará certo quando disse: “Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter.”

Como você faz?

 

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