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<!--:pt-->É Carnaval!<!--:-->

O Brasil vive um clima de festas e euforias neste mês de fevereiro. Afinal é Carnaval! Época de alegrias, festejos e de esquecer os problemas do nosso dia a dia. Porém, quantos sabem das origens do Carnaval no mundo? A história do Carnaval é ponto de discussão e não se sabe exatamente quando surgiu.

Célio Pezza*

O Brasil vive um clima de festas e euforias neste mês de fevereiro. Afinal é Carnaval! Época de alegrias, festejos e de esquecer os problemas do nosso dia a dia. Porém, quantos sabem das origens do Carnaval no mundo? A história do Carnaval é ponto de discussão e não se sabe exatamente quando surgiu.

Alguns historiadores contam que no ano 10 mil a.C., homens e mulheres se reuniam uma vez ao ano com os rostos mascarados e pintados, e dançavam por vários dias e noites para espantar os demônios da má colheita. Há seis mil anos aparece no Egito, como um culto a deusa Ísis, e no século VII a.C., na Grécia, como uma festa a Dionísio, deus grego das festas e do entusiasmo. Este mesmo deus é chamado de Baco em Roma, onde aparecem os bacanais, sempre celebrados com muita bebida, festas e sexo. Estas festas eram chamadas de “Saturnálias” em homenagem ao deus maior Saturno.

Amantes da folia, pesquisadores e historiadores dizem que a palavra Carnaval vem desta época, devido ao “carrum navalis” que eram carros com motivos navais que faziam a abertura destas festas. Talvez os primeiros carros alegóricos da História. Nestas festas havia uma completa inversão e as pessoas representavam papéis e ridicularizavam a nobreza dominante sem o risco de perder suas cabeças. Na mitologia, Momo era o deus da zombaria e tinha sido expulso do Olimpo porque ridicularizava os demais deuses. Nestas festas um escravo era eleito para simbolizar Momo. Ele era o rei do deboche e tinha todo o poder durante as festividades, só que no final da festa ele era morto e sacrificado ao rei Saturno.

Mais tarde, com o início da Era Cristã, começaram a surgir os primeiros sinais da censura a estas festividades, que passaram a ser vistas como demoníacas e correram o risco de acabar. A Igreja tentou cancelar as “Saturnálias”, mas a reação popular foi tamanha que ela sentiu que poderia perder seus fiéis para os antigos deuses. Em vista disto, no ano de 590, o papa Gregório I reconhece e regulamenta a festa. Ela é associada ao início da Quaresma, que antecede a Páscoa. Esta data passa a ser conhecida como “carne levandas”, expressão que seria transformada em “carne levales” e, finalmente, “carnaval”. Alguns traduzem esta expressão como “abuso da carne” e teria um sentido de orgia; outros dão o sentido de “comer bastante carne”, pois após o Carnaval começaria a Quaresma, onde por quarenta dias não se podia comer carne.

A Igreja passou a aceitar este curto período de festas e orgias como uma “despedida dos prazeres”, pois assim podia cobrar maior rigor religioso no período pós-folia. Daí para frente o Carnaval foi se alastrando pelo mundo e encontramos em Portugal, no século XV, a festa chamada “Entrudo”, que significava a entrada da Quaresma.

Nos séculos XVII e XVIII vieram muitos portugueses para o Brasil e trouxeram as brincadeiras do “Entrudo”. A brincadeira era andar pelas ruas e jogar água, bolinhas de cera cheias de perfume, farinha, barro, lixo e urina nas pessoas. No início do século XIX, a festa começou a mudar, com novos costumes trazidos pela corte portuguesa e o Brasil passou a copiar os elegantes carnavais da Europa, em particular de Veneza, famosos por seus bailes de máscaras e fantasias.

Nesta época tínhamos os bailes de Carnaval da aristocracia nos moldes da Europa e o Carnaval de rua na tradição do “Entrudo”, que passou a ser conhecido como o Carnaval dos pobres, sendo feio e de mau gosto aos olhos da aristocracia. Com o tempo, este Carnaval dos pobres foi se organizando e conquistando a simpatia de toda a sociedade, até de intelectuais e artistas, que passaram a frequentá-lo nas ruas.

Em 1899 a pianista Chiquinha Gonzaga inaugura a prática de composições feitas especialmente para o Carnaval com a marchinha “Ô abre alas”. Mais tarde, o próprio presidente Getúlio Vargas, preocupado em demonstrar interesse pelos pobres, deu início a uma estruturação melhor do Carnaval de rua que hoje é considerado a maior festa popular do Brasil.

Uma das muitas curiosidades é que durante a morte do Barão do Rio Branco no Carnaval de 1912, o governo quis cancelar as festas e adiá-la por dois meses em sinal de luto. O resultado é que neste ano tivemos dois carnavais: um em fevereiro e outro em abril. Este mesmo barão disse certa vez: “Existem no Brasil, apenas duas coisas realmente organizadas: a desordem e o carnaval.”

Talvez ele tivesse razão, pois quem assiste hoje a um desfile de Carnaval no Rio de Janeiro ou qualquer outra grande cidade brasileira, não consegue imaginar como é possível tamanha organização e trabalho bem feito, coisas tão raras em outras áreas do nosso País.

É um espetáculo! É Carnaval!

Célio Pezza é escritor (www.cpezza.com), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul.
Célio Pezza é escritor (www.cpezza.com), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul.