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Criatividade ou necessidade

A melhor hora para se trabalhar o potencial criativo é quando tudo está bem e a vida está abundante em todos os aspectos, certo? Certo em partes. A história humana prova, a cada novo capítulo, que uma das grandes “mães” da criatividade é justamente a necessidade.

Publicado originalmente em 28/06/12.

Por Eduardo Zugaib

A melhor hora para se trabalhar o potencial criativo é quando tudo está bem e a vida está abundante em todos os aspectos, certo? Certo em partes. A história humana prova, a cada novo capítulo, que uma das grandes “mães” da criatividade é justamente a necessidade.

A iminência da ameaça, do perigo ou da perda de algo valioso – como a liberdade, por exemplo – têm sido catalisadores eficazes de muitas atitudes criativas.

O potencial criativo é ilimitado, ou melhor, é limitado até onde o indivíduo acredita que seja. Já se comprovou que este potencial não se relaciona apenas à inteligência acadêmica, mas principalmente à combinação de uma experiência de vida rica e intensa, à observação curiosa do mundo e ao aproveitamento do conhecimento em suas diversas formas, das quais a inteligência – como habitualmente conhecemos – é só mais uma.

São estes fatores que fazem o homem criativo olhar para aquilo que todo mundo percebe de um jeito e imaginá-lo de uma forma completamente nova, descobrindo novos caminhos para a solução de um problema já existente.

A prática contínua dessa capacidade imaginativa é o que o ajuda a perceber, cada vez com mais naturalidade, atalhos que antes, devido ao preconceito e à visão limitada, não eram percebidos.

Não raro, vemos pessoas de formação acadêmica simples, rudimentar até, resolvendo de forma criativa problemas aparentemente insolúveis, sempre impulsionadas pela necessidade. Pedaços de ripas, tábuas e restos de placas de latão, somados ao impulso da necessidade, são transformados em casas, naquilo que as pessoas “normais” conhecem como favelas.

Outro exemplo de grande impacto é o de gente que, mesmo sem saber nadar, o “aprende” em segundos, na iminente perda de um filho ou neto que tenha caído acidentalmente em um rio ou lagoa.

Uma necessidade extrema, que escancara todas as portas do inconsciente e traz à tona informações que sequer a pessoa imaginava ter. Uma experiência que é comum ser registrada por ela própria da seguinte forma:

– Não sei o que me deu… só sei que fui lá e fiz o que tinha que fazer… mesmo não sabendo fazer!

Tratando-se da solução de problemas que podem representar até uma ameaça à vida, mais do que entender o manual, é preciso que alguém vá lá e faça. Por que não você?