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Copa de 14: Vou conseguir ingressos?

A grande maioria dos ingressos é destinada a compor os pacotes de viagem das operadoras de turismo. Sem ingresso, sem pacote.

José Estevão Cocco*

A Copa de 14 deverá disponibilizar 3, 7 milhões de ingressos para todos os jogos. Desse total, cerca de 700 mil, a Fifa e organizadores utilizarão para seus patrocinadores e convidados. Restam, portanto, três milhões de ingressos.

A grande maioria dos ingressos é destinada a compor os pacotes de viagem das operadoras de turismo. Sem ingresso, sem pacote. Quem viaja para uma Copa do Mundo sem garantia de ingresso? Só os aventureiros, mochileiros e outros eiros.

Como aconteceu na Alemanha e na África do Sul, sobram poucos ingressos para o público local. A Copa é disputada com um total de 64 jogos, dos quais 48 são na primeira fase. Normalmente, os pacotes de viagem são vendidos para a primeira fase e outros para as fases finais.

Dessa forma, em cada cidade sede, na primeira fase são vendidos pacotes para turistas de quatro seleções. Considerando que, em média, cada estádio deverá comportar cerca de 50 mil pessoas e que cerca de 20% desses lugares são da Fifa, seus patrocinadores e convidados, restam para venda 40 mil ingressos. Em cada sede serão disputados seis jogos. Cada seleção joga três vezes. Em cada jogo, uma seleção pode levar 20 mil torcedores.

As análises e projeções indicam que o Brasil deverá receber cerca de 600 mil turistas. Divididos pelas 32 seleções, a média por seleção é de praticamente os 20 mil que cada seleção tem por jogo. Por aí, já se conclui que, de forma geral, praticamente não haverá ingressos disponíveis para os brasileiros. Principalmente, para as fases de oitavas, quartas, semi e finais.

Pode ocorrer, como na África do Sul, que os pacotes não sejam vendidos. Nesse caso, foram colocados à venda ingressos a preços menores para os africanos. Ou que países sem muita tradição no futebol não consigam sensibilizar seus torcedores para virem ao Brasil. Isso pode acontecer somente nas sedes com seleções mais fracas.

Acredito que no Brasil não restarão pacotes, como não restaram na Alemanha. Os brasileiros que conseguirem ingressos, será por intermédio dos patrocinadores oficiais que, por sua vez, só distribuirão suas cotas de ingressos via promoções de vendas e clientes especiais.

“No package, no ticket. Elementary my dear Brazilian consumer.” Como diria a Fifa.

* José Estevão Cocco – Presidente da J.Cocco Sportainment Strategy; Presidente da Abraesporte - Academia Brasileira de Marketing Esportivo; Membro Fundador da Academia Brasileira de Marketing; Conselheiro da Ampro - Associação de Marketing Promocional e Presidente do Comitê de Marketing Esportivo.